Mas muita actividade não sai para o público.. já questionei o CVARG o porquê de não disponibilizarem a informação de toda actividade sísmica, a resposta foi "para não criar pânico na população", ao contrário de muitos observatórios sismovulcanicos espalhados pelo mundo, a informação cá é filtrada..É compreensível por sermos pequenos ilhéus no meio do atlântico e há muitos panicosos na internet e nos meios sociais, mas se não se educa a população que períodos de maior sismicidade são normais em zonas sismovulcanicas..Quando o CVARG lança os avisos genéricos, há como dizes uma ansiedade generalizada.
É controverso. Por um lado se os dados fossem facilmente disponibilizados o pânico inicial e ocasional seria facilmente explicado. Contudo, há também modelos meteorológicos um pouco por todo o lado e continuam a ocorrer os mal-entendidos habituais. O problema é a interpretação dos dados (e as entidades oficiais poderiam ter um esforço suplementar nesse aspeto). Mas ainda assim acho que deviam ser disponibilizados. Como o contribuinte já paga por eles ao menos que tenha acesso.
É do entendimento comum que os Açores são sísmicos mas esse é um construto muito abrangente. A falta de dados e de análises facilmente acessíveis impede que a população tenha uma ideia mais concreta do que é que consiste a sismicidade nos Açores. Forma-se uma fachada de normalidade/banalidade - especialmente devido aos inúmeros sismos não sentidos - que depois dá facilmente origem ao pânico quando são publicadas as notícias da sismicidade 'acima da média'. Os sismos de magnitude elevada nem sempre são precedidos por crises sísmicas e é isso que a população não entende. Entende sim as 'crises' como algum prenúncio mau, o que não é bem verdade.
Quanto à prevenção, faz parte da natureza humana desleixar a prevenção quando um qualquer acontecimento não tem data. Também no caso dos sismos as consequências são demasiado grandes para grandes prevenções.
Como mera curiosidade estive a ver a evolução da população e do PIB dos Açores. Desde os anos '80 que a população tem estado mais ou menos igual, nos 250 mil. Mas só no século XXI o PIB por capita subiu quase 50% (pelo meio houve a crise que estagnou tudo)...
Claro que a urbanização trouxe tendências perfeitamente
previsíveis, mas volto ao mesmo. As infraestruturas dos Açores são em geral mais recentes do que o continente mas um sismo como o '98 e especialmente o de '80 seria absolutamente catastrófico. Poderia haver um retrocesso brutal nos padrões de vida durante muitos e muitos anos no GC, até porque a predominância económica está, obviamente, na maior ilha (SM). Muitas das outras ilhas são vulneráveis devido à sua pouca população. Como são pequenas a reconstrução não seria colossal mas o governo regional não está propriamente a nadar em dinheiro.
As novas gerações não conseguiriam viver nos anos '80. O que seria da malta sem 'net e facebook?