Urso-pardo de volta a Portugal?

belem

Cumulonimbus
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Re: Urso-pardo de volta à Peneda Gerês?

Un lugar donde debió existir sería en CEBREROS, un pueblo de la provincia de Avila, En Castilla y León, al Norte de Madrid.

Casualmente en ese pueblo nacio el primer presidente democrático de España después de la dictadura de Franco, ADOLFO SUAREZ, presidente de 1977 a 1982. En la bandera del pueblo aparece una cebra, pero una cebra de Africa, curiosamente.

http://es.wikipedia.org/wiki/Archivo:Escudo_cebreros.jpg

Sim é possível que tenham existido um pouco mais a norte, mas ainda dentro da zona mediterrânica.
Em Portugal, além do vale do Zebro e da Ribeira do Zebro, também existe a Zebreira.
Perto de Múrcia, também existe uma localidade com o nome de Encebro.
 


duero

Nimbostratus
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23 Dez 2009
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Re: Urso-pardo de volta à Peneda Gerês?

Sim é possível que tenham existido um pouco mais a norte, mas ainda dentro da zona mediterrânica.
Em Portugal, além do vale do Zebro e da Ribeira do Zebro, também existe a Zebreira.
Perto de Múrcia, também existe uma localidade com o nome de Encebro.

¿y O CEBREIRO en las montañas que separan Galicia y León podría ser ? Veo difícil pero puede ser.
 

belem

Cumulonimbus
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10 Out 2007
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Re: Urso-pardo de volta à Peneda Gerês?

¿y O CEBREIRO en las montañas que separan Galicia y León podría ser ? Veo difícil pero puede ser.

Sim, pode ser.
Tal como o lince-ibérico, que claramente, prefere o matorral mediterrânico, mas que foi registado em locais mais a norte, com o zebro pode não ser diferente.
Mas parece-me uma espécie sobretudo do centro e sul da P. Ibérica.
 

trevinca

Cirrus
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8 Mar 2009
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Re: Urso-pardo de volta à Peneda Gerês?

¿QUÉ SIGNIFICA CO URSO-PARDO SEJA CONSIDERADO RE (REGIONALMENTE EXTINTO) PELO LIVRO VERMELHO DE PORTUGAL?


Cuando Ramón Grande del Brío publicó en 2002 su libro sobre el oso de los montes zamoranos y orensanos, aludía que los osos podían llegar hasta los límites fronterizos de Portugal; incluso en el capítulo de agradecimientos se mencionaba al Instituto da Natureza portugués y a una de sus directivos. Ello sugiere que, al menos, hubo contactos entre los autores del mencionado libro y la Administración del Gobierno portugués; y si hubo conversaciones ha de suponerse igualmente que también existió intercambio de noticias y datos.
Por las mismas fechas, la SECEM y el Ministerio español do Ambiente vinieron a pu-blicar un libro sobre los mamíferos españoles haciéndose mención de la presencia del oso en las sierras de Zamora.

Por lo tanto, debe sospecharse que los autores lusitanos del Livro Vermelho han tenido en cuenta estas últimas referencias españolas sobre el oso. Por eso, lo conceptúan RE, según las reglas interpretativas de la UICN, y no EX (extinto). Pocas personas se han parado a reflexionar sobre el alcance que tiene esa denominación o categoría para ese organismo internacional de conservación de la vida salvaje. Sencillamente, la especie que no se reproduce en un territorio regional determinado, considerando animales RE los individuos errantes o vagabundos que proceden de otras latitudes…
En concreto, el oso pardo cantábrico suele andar habitualmente 30-50 kilómetros diarios y su área de dominio vital supera los 2.000 kilómetros cuadrados. Es decir, los redactores del Livro Vermelho están diciendo tácitamente que en los últimos años el plantígra-do se ha acercado, muy puntualmente, a tierras portuguesas.

Recordemos, por el contrario, que en las antiguas versiones del Livro Vermelho ni si-quiera se mencionaba a la especie oso dentro del territorio lusitano.
 

trevinca

Cirrus
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8 Mar 2009
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Re: Urso-pardo de volta à Peneda Gerês?

2. The categories
The IUCN Red List Categories (IUCN 2001) should be used unaltered at regional levels, with three exceptions or adjustments.
1. Taxa extinct within the region but extant in other parts of the world should be classified as Regionally Extinct (RE). A taxon is RE when there is no reasonable doubt that the last individual potentially capable of reproduction within the region has died or disappeared from the region or, in the case of a former visiting taxon, individuals no longer visit the region. It is not possible to set any general rules for a time period since the last observation before species are classified as RE. This will depend on how much effort has been devoted to searches for the taxon, which in turn will vary, both with organism and region. If the regional authority decides to adopt any time frames for RE assessments, these should be clearly specified.
Populations of long-lived individuals that have ceased to reproduce within the
region (for example, as a result of a deteriorating environment) should be
regarded as potentially capable of reproduction and consequently should not be classified as RE. On the other hand, vagrant individuals of a formerly regionally breeding taxon that reach the region should not be regarded as potentially capable of reproduction.


(Fonte: Livro Vermelho, regionalguidelinest)
 

belem

Cumulonimbus
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10 Out 2007
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Re: Urso-pardo de volta à Peneda Gerês?

Trevinca, pelo que entendi, a classificação «RE» para uma dada região, não chega contemplar a visita ocasional de indivíduos dispersantes ( com ou sem reprodução no local, mesmo estando naturalmente aptos para reprodução ( a não ser que sejam animais demasiadamente novos, doentes, velhos ou com alguma doença). Não sei como é que se pode esperar que um animal que seja dispersante não seja apto reprodutivamente... Não será antes porque não encontra parceiro? Parece-me que esse guia ( em inglês) está algo vago e demasiado generalizado. E não sei se existe alguma descrição sobre que tipo de animais visita esta zona, por isso é complicado tomar alguma decisão a partir dos dados presentes.
Eu diria, que muito provavelmente, os ursos-pardos visitam algumas zonas do Parque Natural de Montesinho, temporariamente, mas ainda sem reprodução confirmada no local... De todas as formas, tudo isto já é significativo e seria muito interessante saber até que ponto o fazem, quanto tempo ficam por lá, etc...

« Taxa extinct within the region but extant in other parts of the world should be classified as Regionally Extinct (RE). A taxon is RE when there is no reasonable doubt that the last individual potentially capable of reproduction within the region has died or disappeared from the region or, in the case of a former visiting taxon, individuals no longer visit the region».

Agora se concordo com esta classificação, tendo em conta o que se tem passado nos últimos anos, é claro que não, porque parece-me natural que o raio de acção dos ursos-pardos da Sanabria, inclua parte do Parque Natural de Montesinho, pelas razões que já enumeraste, relativas à área potencial que cobrem em apenas 1 dia e pela qualidade/continuidade dos habitats, baixa densidade populacional, decréscimo de actividades cinegéticas, etc...
 

Seattle92

Nimbostratus
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Re: Urso-pardo de volta à Peneda Gerês?

É só uma espécie: o esquilo-vermelho (Sciurus vulgaris). Parece que terá sido extinto em Portugal no séc. XVI e só voltou a aparecer nos anos oitenta, primeiro no norte do país, mas agora já está também presente na região centro.

Vai aqui uma grande confusão em relação aos esquilos (tal como noutros tópicos deste forum).

Efectivamente os esquilos estiveram extintos em Portugal durante vários séculos. Ao contrário do que aqui muitos referiram não foi só uma espécie, nem as ardilas se mantiveram enquanto os esquilos desapareceram.

Foi a espécie Sciurus vulgaris, até porque nunca houve outra (já foram vistos 2 esquilos cinzentos americanos em Portugal mas esperemos que tenham sido apenas dois indivíduos que escaparam de uma gaiola e que tenham morrido entretanto). Ou seja, durante vários séculos não houve nenhum esquilo em liberdade em Portugal.

Usar a palavra Ardila ou a palavra Esquilo é exactamente a mesma coisa. Como já foi dito aqui "ardila" é o nome celta e "esquilo" é a palavra latina. Em Espanha, a palavra ardila manteve-se até hoje e em Portugal caiu em desuso (provavelmente até pela extinção da espécie, já que na época medieval era a palavra ardila que era usada).

Quem diz que tem esquilos há vários anos na sua região, é importante que diga o que é que significam "vários anos". Os esquilos voltaram a Portugal nos últimos anos da década de 80 vindos da Galiza. Se há aqui alguém que já tinha esquilos na região antes dessa altura, então vamos falar com o ICNB, porque andaram a enganarmos estes anos todos :p

Neste momento os esquilos encontram-se em todo o país acima da região de Leiria. A única excepção é o parque de Monsanto em Lisboa onde foram introduzidos em 1993 e onde neste momento já existem vários milhares.

A história oficial diz que os esquilos têm estado a recolonizar Portugal desde o Minho e descendo gradualmente. Parece-me haver uma falha nesta história.

Tal como no início dos anos 90 foram libertados esquilos vermelhos em Monsanto, também o foram (penso que um ano depois) no jardim botânico de Coimbra. Ao contrário do parque de Monsanto, que é uma "prisão" rodeada de prédios, autoestradas e linhas ferroviárias, no meio de uma das zonas mais populosas do país, o jardim Botânico de Coimbra está praticamente ligado a zonas verdes junto ao Mondego que têm continuidade mais para sul, até fora da cidade. Poucos anos depois de terem sido libertados esquilos no jardim botânico, tornou-se frequente a sua presença noutras zonas da cidade e à volta dela.

Parece-me bastante mais plausível que os esquilos que começaram a aparecer
na zona centro do país (Serra da Estrela, Pombal, Leiria) no início desta década, venham da população que teve origem em Coimbra e não nos esquilos galegos. Neste momento suponho que as duas populações já se tenham misturado.

Agora é esperar que continuem a descer o território, para daqui a algumas décadas podermos ter esquilos em todo o país.
 

Seattle92

Nimbostratus
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Re: Urso-pardo de volta à Peneda Gerês?

O que levou ao que o esquilo ou arda a desaparecer de portugal?Foi a destruição da floresta nativa de portugal (carvalhos) , a sua alimentação principal dos esquilos ou ardilas eram as bolotas.

Ao que parece os esquilos estão tambem a entrar em portugal via espanha, isto devido tambem ao abandono da agricultura. Os carvalho voltam a conquistar os terrenos que eram deles

Na realidade o habitat preferido da espécie são as florestas de coníferas. A recolonização extremamente rápida que tem vindo a acontecer está mais relacionada com os extensos pinhais que Portugal ainda tem e não tanto com os carvalhais (que infelizmente são mínimos:()

Bolotas há 2/3 meses por ano. Pinhas há o ano inteiro ;)


É importante relembrar que este imenso pinhal em que Portugal se transformou é uma realidade muito recente. Foi o Estado Novo que impulsionou a plantação de pinhais pelo país fora. Portugal há 2 ou 3 séculos atrás era um país com menos floresta do que actualmente. Pena é que a floresta actual não seja exactamente aquela que nós gostaríamos :mad:
 

Paulo H

Cumulonimbus
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Na realidade o habitat preferido da espécie são as florestas de coníferas. A recolonização extremamente rápida que tem vindo a acontecer está mais relacionada com os extensos pinhais que Portugal ainda tem e não tanto com os carvalhais (que infelizmente são mínimos:()

Bolotas há 2/3 meses por ano. Pinhas há o ano inteiro ;)

O que posso dizer é que ainda há menos de um ano, um amigo meu mandou embalsamar 2 esquilos e uma marta. Encontrou-os no espaço de meses, atropelados na estrada, numa zona de pinhal e castanheiros (em minoria). Encontrou-os no Teixoso (Covilhã). Vi os esquilos e não sei precisar se são esquilos europeus ou se são americanos. Quanto à marta, talvez o mais correcto seja o seu nome popular "papalvo" ou quiças um nome mais científico "fuinha", sendo quase o dobro do esquilo e carnivora.

Mas da zona do pinhal interior sul, de proença a nova e de oleiros nunca ouvi falar de esquilos, mas sim de papalvos (fuinha/marta), texugos, saca-rabos, lontras, gato bravo, ginete (outro felideo), ouriço cacheiro, raposa e lobo (do tempo dos meus avós).
 

Seattle92

Nimbostratus
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Re: Urso-pardo de volta à Peneda Gerês?

Vi os esquilos e não sei precisar se são esquilos europeus ou se são americanos.

Com certeza serão europeus, o comum esquilo vermelho. A invasão de esquilos americanos existe em Inglaterra e no norte de Itália (neste caso mais preocupante para o resto da Europa).

O ICNB refere que há dois casos de avistamentos de esquilos cinzentos em Portugal. Mas esperemos que tenham sido 2 casos isolados de esquilos de "estimação" que tenham fugido de gaiolas. Já se sabe que situações dessas podem sempre acontecer (infelizmente). Importante é que esses casos isolados não se transformem em populações que se reproduzam.


Como é possível que continue a ser possível as pessoas terem animais de estimação que se podem tornar ameaças para a nossa fauna autocote? :mad:
 

Paulo H

Cumulonimbus
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Com certeza serão europeus, o comum esquilo vermelho. A invasão de esquilos americanos existe em Inglaterra e no norte de Itália (neste caso mais preocupante para o resto da Europa).

O ICNB refere que há dois casos de avistamentos de esquilos cinzentos em Portugal. Mas esperemos que tenham sido 2 casos isolados de esquilos de "estimação" que tenham fugido de gaiolas. Já se sabe que situações dessas podem sempre acontecer (infelizmente). Importante é que esses casos isolados não se transformem em populações que se reproduzam.


Como é possível que continue a ser possível as pessoas terem animais de estimação que se podem tornar ameaças para a nossa fauna autocote? :mad:

Ah, então os que vi eram mesmo europeus, pois não eram cinzentos mas sim castanhos (aquele castanho "caju" avermelhado). :)
 

Seattle92

Nimbostratus
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Re: Urso-pardo de volta à Peneda Gerês?

Ah, então os que vi eram mesmo europeus, pois não eram cinzentos mas sim castanhos (aquele castanho "caju" avermelhado). :)

Eastern_Grey_Squirrel_in_St_James%27s_Park%2C_London_-_Nov_2006_edit.jpg


800px-Eichh%C3%B6rnchen_D%C3%BCsseldorf_Hofgarten_edit.jpg



Também consegues distinguir pela orelhas com mais pelo do esquilo europeu. :thumbsup:
 

Seattle92

Nimbostratus
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Re: Urso-pardo de volta à Peneda Gerês?

Mas da zona do pinhal interior sul, de proença a nova e de oleiros nunca ouvi falar de esquilos, mas sim de papalvos (fuinha/marta), texugos, saca-rabos, lontras, gato bravo, ginete (outro felideo), ouriço cacheiro, raposa e lobo (do tempo dos meus avós).

Também já aí chegaram :thumbsup:

A Câmara de Vila Velha de Rodão já os refere como parte da fauna do município.

Fala especificamente da região das Portas de Almourão, perto de Proença-a-Nova.

http://www.cm-vvrodao.pt/principal.php?cont=9&sub=31&letra=p&lg=1

Também já encontrei registos na net na área da Pampilhosa da Serra, logo Oleiros também terá com certeza.
 

Paulo H

Cumulonimbus
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Eastern_Grey_Squirrel_in_St_James%27s_Park%2C_London_-_Nov_2006_edit.jpg


800px-Eichh%C3%B6rnchen_D%C3%BCsseldorf_Hofgarten_edit.jpg



Também consegues distinguir pela orelhas com mais pelo do esquilo europeu. :thumbsup:

Sim, trata-se da mesma cor da pelagem, é castanho não é pardo. A imagem é bonita mas torna-se mais difícil lembrar-me do pormenor do pelo eriçado das orelhas, assim como da cauda, uma vez que o animal estava morto e seguia para embalsamar! Lol :)
 

Seattle92

Nimbostratus
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Re: Urso-pardo de volta à Peneda Gerês?

PRESENÇA HISTÓRICA DO URSO EM PORTUGAL E TESTEMUNHOS DA SUA RELAÇÃO COM AS COMUNIDADES RURAIS

Resumo

O presente trabalho descreve o património construído associado ao urso-pardo em Portugal e analisa a ocorrência desta espécie desde a Idade Média, com base numa pesquisa bibliográfica e documental.

A relação das comunidades rurais com o urso originou um legado cultural constituído por engenhos armadilhados dedicados à sua caça e por muros apiários de construção robusta destinados à protecção das colmeias contra as suas investidas.

Com base nos registos obtidos, o urso ainda ocorria nas serras fronteiriças do Norte do país durante o século XIX e até meados do século XX. Desta forma, esta espécie esteve presente muito para além de 1650, data anteriormente apontada para a sua extinção em Portugal. A presença de ursos em território português durante o século XX deverá ter resultado, maioritariamente, de incursões esporádicas de indivíduos provenientes de núcleos reprodutores situados em Espanha. No entanto, existem evidências que poderiam ter constituído os últimos exemplares de uma população residual ainda com reprodução. Por fim, evidencia-se a necessidade de estudos adicionais que permitam avaliar a possível presença de urso em épocas recentes, noutras regiões de Portugal.

http://www.altotejo.org/acafa/docsn3/O_Urso_em_Portugal.pdf