Biodiversidade

belem

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A Mariana Clara Ferreira Dias, descreveu a espécie para a Faia Brava. Foi ela que falou nas associações destes com os mostajeiros, as macieiras-bravas, entre outras espécies, na reserva.

Sim, conheço o Ricardo Nabais (uma vez combinamos beber um café, quando eu estava em Vila Real, a visitar a minha ex e há uns anos trocámos uns emails). Tu também conheces o Ricardo Nabais? E o João Quadrado e o António Monteiro?
 
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MSantos

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A Mariana Clara Ferreira Dias, descreveu a espécie para a Faia Brava. Foi ela que falou nas associações destes com os mostajeiros, as macieiras-bravas, entre outras espécies, na reserva.

Sim, conheço o Ricardo Nabais. Tu também?

Sim, conheço bem o Ricardo! Deves conhecer bem também o António Monteiro, o principal fundador da ATN. :D

Mostajeiros na Faia Brava? Duvido muito, os que conheço estão bastante mais a Sul nas proximidades do Sabugal, aí sim há bastantes. Os mostajeiros (Sorbus latifolia) são exigentes em humidade, solos férteis e temperaturas mais frescas que só existem a maior altitude, diria que naquela região da Beira Interior estarão acima dos 700m, A Faia Brava inclui um planalto granitico com muitos afloramentos rochosos com altitudes entre os 500 e os 400 metros, que vai descendo de Este para Oeste até às vertentes escarpadas e declivosas do Vale do Côa, que é o outro grande tipo de paisagem da Reserva. A Faia Brava é um local muito seco e com grande amplitude térmica anual, com solos pobres, pedregosos e muito delgados, nada do que o mostajeiro gosta. :)
 
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MSantos

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A Mariana Clara Ferreira Dias, descreveu a espécie para a Faia Brava. Foi ela que falou nas associações destes com os mostajeiros, as macieiras-bravas, entre outras espécies, na reserva.

Sim, conheço o Ricardo Nabais (uma vez combinamos beber um café, quando eu estava em Vila Real, a visitar a minha ex e há uns anos trocámos uns emails). Tu também conheces o Ricardo Nabais? E o João Quadrado e o António Monteiro?

Estava a fazer-me confusão e fui pesquisar a teses da Mariana, passo a citar:

"Ainda que atualmente residuais existem florestas de carvalho-negral (Quercus pyrenaica) associado ao raro mostajeiro-de-folhas-largas (Sorbus latifolia), ao sanguinho-de-água (Frangula alnus), à macieira-brava (Malus sylvestris), ao pilriteiro (Crataegus monogyna) e, matos de tojo (Genista falcata), giestas (Cytisus spp.) e urzes (Erica arborea, Erica cinerea), em zonas pastoreadas surgem herbáceas como a violeta-brava (Viola riviana) e os narcisos (Narcissus spp.) – habitat 9239pt2. De referir, que este habitat predomina na nascente do Côa na Serra das Mesas e na Reserva Natural da Malcata, dos poucos nichos ecológicos restantes a nível nacional."

Tal como disse no post anterior, esse tipo de composição floristica está bastante mais a Sul, dentro do Vale do Côa mas nos troços de cabeceira do rio, perto do Sabugal e bastante longe da Faia Brava que possui condições muito mais mediterrânicas.
 

belem

Cumulonimbus
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Em relação à Faia Brava, só visitei a reserva duas vezes e também dei um salto às gravuras do Côa.
Unicamente selecionei alguns Garranos e Maronesas para a Reserva (e se tudo correr dentro do previsto, irei selecionar mais Garranos e mais Maronesas para a Faia Brava). Nunca trabalhei com a flora da região.

Se calhar andamos aqui os dois a fazer confusão, porque esse assunto parece-me que está algo mal exposto.
Para justificar o que coloquei mais atrás: no artigo em causa, é referido que o caso de estudo é a Reserva da Faia Brava (e não outra região) e que lá existem bosques de carvalho-negral, ainda que residuais(basta a ver o primeiro parágrafo do excerto que estás a referir).
Tais bosques, segundo esse artigo, deverão ser mais comuns em outras regiões (como a nascente do Côa), onde ainda predominam.

Agora qual é a verdade, já nem sei... O que sei é que existem ainda bosques com interesse conservacionista na reserva e que estão a ser preservados.
 
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frederico

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MSantos eu não conheço a zona a fundo. Passei na Nacional, dei umas voltas na zona de Almeida, fui ao alto da Marofa, a Castelo Rodrigo, à barragem, ao mosteiro de Cister, ao Águeda, à zona do Águeda onde se encontra com a Ribeira que passa a fazer fronteira ou a FCR. Conheço melhor a zona de Foz Côa e das gravuras, mas andei lá há quase 15 anos. Essa zona pareceu-me muito árida, mais arbustiva, algo idêntica ao concelho de Mértola. Solos muito pobres, finos, temperaturas altíssimas no Verão. O vale do Águeda a mesma coisa. Já o planalto a sul de Castelo Rodrigo e a serra da Marofa são zonas mais húmidas e frescas, os solos são mais fundos, já há cerejeiras ou pode haver carvalhos se os deixarem crescer.

Ao fazer de carro a nacional que desce para Barca de Alva como quem vem de FCR vi um ou outro carvalho-cerquinho. Isto foi há uns dois anos. De facto a espécie está identificada como árvore da zona de transição entre Terra Quente e Terra Fria. Importa dizer aqui que temos uma Beira Transmonta em Castelo Rodrigo, um Alentejo beirão em Nisa ou Castelo de Vide, e uma Beira Alentejana em Idanha, ou ainda um Algarve extra na vertente Sul da Arrábida... ja cori bem a zona do concelho de Idanha e por acaso nunca encontrei nenhum carvalho-cerquinho. Na bibliografia que conheço a Norte do Tejo o carvalho-cerquinho existiria na Terra de Transição do Douro e afluentes e Beira Baixa, além da área onde seria rei (Litoral Centro).

Já agora na região de Miranda do Douro vi terras abandonadas com carvalhos-negrais muito jovens que querem regressar.

Nós em Portugal praticamente extinguimos espécies de carvalho a nível local e regional. Já li um artigo bom sobre esta questão e não o tenho aqui. A partir do momento em que se cortem todos os carvalhos e se lavre as terras já eram. Quando a semente está a germinar é muito sensível nos primeiros tempos, morrem com facilidade. Pior ainda. Temos séculos de selecção positiva de sobreiro e azinheira. Basicamente as leis feitas com boa intenção para preservar a produção de cortiça acabaram por ter um efeito terrível, as pessoas cortavam os carvalhos desenfreadamente para ter lenha.

Das minhas expedições, algumas zonas onde vi carvalhos e outras árvores fora dos locais tradicionais

-Entre o Torrão e Alcácer do Sal, concelhos de Odemira, Mora, Coruche, Grândola, Montemor-o-Novo (carvalho-cerquinho)
- Concelhos de Aljezur, Monchique, Odemira, Tavira (Quercus marianica)
- Zona do Marvão, Castelo de Vide, Nisa, Monforte, até ao rio Tejo, Cumbres Altas-Estremadura espanhola (carvalho-negral, montade de carvalho)
-Gardunha, toda a Cova da Beira (região do Fundão), zona de Pedrógão Grande e Pequeno até quase Figueiró dos Vinhos, região de Viseu, serra de Aracena (carvalho-roble)
- Concelhos de Monchique, Odemira, zonas da Serra de São Mamede e Nisa, Matamoros-Estremadura espanhola (castanheiros)
- Ermida (Gerês) e Ourense (sobreiros)
 
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MSantos

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Em relação à Faia Brava, só visitei a reserva duas vezes e também dei um salto às gravuras do Côa.
Unicamente selecionei alguns Garranos e Maronesas para a Reserva (e se tudo correr dentro do previsto, irei selecionar mais Garranos e mais Maronesas para a Faia Brava). Nunca trabalhei com a flora da região.

Se calhar andamos aqui os dois a fazer confusão, porque esse assunto parece-me que está algo mal exposto.
Para justificar o que coloquei mais atrás: no artigo em causa, é referido que o caso de estudo é a Reserva da Faia Brava (e não outra região) e que lá existem bosques de carvalho-negral, ainda que residuais(basta a ver o primeiro parágrafo do excerto que estás a referir).
Tais bosques, segundo esse artigo, deverão ser mais comuns em outras regiões (como a nascente do Côa), onde ainda predominam.

Agora qual é a verdade, já nem sei... O que sei é que existem ainda bosques com interesse conservacionista na reserva e que estão a ser preservados.

Bosques com interesse para a conservação existem, disso não tenho quaisquer dúvidas! :D E com o avançar da renaturalização que está a acontecer na Reserva, serão cada vez melhores e mais ricos em biodiversidade. Em relação às espécies em causa, o negral e os mostajeiros eu conheço bem a Reserva, já percorri todos os trilhos a pé e de jipe, sou bastante atento à flora e nunca vi nenhum exemplar das espécies mencionadas.

Convido desde já todos a irem visitar a Faia Brava, vale bem a pena, tal como toda a região de Ribacôa! :)
 

belem

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Bosques com interesse para a conservação existem, disso não tenho quaisquer dúvidas! :D E com o avançar da renaturalização que está a acontecer na Reserva, serão cada vez melhores e mais ricos em biodiversidade. Em relação às espécies em causa, o negral e os mostajeiros eu conheço bem a Reserva, já percorri todos os trilhos a pé e de jipe, sou bastante atento à flora e nunca vi nenhum exemplar das espécies mencionadas.

Convido desde já todos a irem visitar a Faia Brava, vale bem a pena, tal como toda a região de Ribacôa! :)

Chegaste alguma vez a visitar as gravuras de noite? Dizem que com as lanternas apontadas, conseguimos ver detalhes que de dia é difícil de discernir (como dizem aqui aos 5.20 m: ).
Eu fui com a Dalila, com o António Monteiro, com o António Baptista e com o pessoal do TaurOs Programme.
Para mim foi uma experiência espetacular (quase sobrenatural). Uma atmosfera única.
Aquilo merece ser visto e revisto.
Para a próxima fico mas é lá por uns dias (aliás já fui convidado, mas não tem dado, talvez este verão dê).
Já estive a falar com o António Monteiro, e ele confirmou o que tu dissestes, portanto carvalho-negral na Faia Brava, népiasl
 
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MSantos

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Chegaste alguma vez a visitar as gravuras de noite? Dizem que com as lanternas apontadas, conseguimos ver detalhes que de dia é difícil de discernir (como dizem aqui aos 5.20 m: ).
Eu fui com a Dalila, com o António Monteiro, com o António Baptista e com o pessoal do TaurOs Programme.
Para mim foi uma experiência espetacular (quase sobrenatural). Uma atmosfera única.
Aquilo merece ser visto e revisto.
Para a próxima fico mas é lá por uns dias (aliás já fui convidado, mas não tem dado, talvez este verão dê).
Já estive a falar com o António Monteiro, e ele confirmou o que tu dissestes, portanto carvalho-negral na Faia Brava, népiasl


Tiveste com a Dalila e o António Monteiro! Se lhe falares de mim ele conhece-me bem! :D

Nunca fiz a visita nocturna às gravuras, só conheço o núcleo da Penascosa e fui lá durante a tarde. Mas sim já me disseram que à noite é muito melhor, já que com a iluminação artificial se vê muito mais pormenores.

Mesmo assim o carvalho-negral não está longe da Faia Brava, andará na cota dos 600 metros para cima e a reserva fica praticamente toda abaixo dos 500m. Os sobreiros estão mais ou menos entre os 700 e os 400m e há exemplares muito bons na Faia Brava.
 
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Thomar

Cumulonimbus
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19 Dez 2007
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Cabanas - Palmela (75m)
Sem palavras... :( :mad:


Milhares de pássaros morrem “sugados” pela apanha da azeitona

Dados apontam para a morte de mais de 96 mil aves por ano devido à colheita mecanizada de azeitona em Portugal mas ICNF considera que os números não são relevantes.

  • Espanha no final do ano passado: segundo as autoridades, "cerca de 2,6 milhões de aves" teriam sido dizimadas na região da Andaluzia devido à apanha mecanizada de azeitona durante a noite. Meses depois, o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) deu conta da morte de 480 pássaros entre dezembro e janeiro em Portugal, numa zona de 75 hectares em Avis, Portalegre.

  • O problema está nas máquinas utilizadas. De acordo com os meios de comunicação espanhóis, este método de colheita envolve uma forte iluminação que "cega os pássaros", impedindo-os de fugir e sugando-os. Em causa podem estar 17 espécies de aves migratórias, a maioria delas protegidas pela legislação nacional. Entre as aves mais afetadas, encontram-se pardais e verdilhões.
notícia completa aqui
 

frederico

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9 Jan 2009
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Nao sao relevantes? Onde anda o PAN quando faz falta? Isto e mil vezes mais grave que o tiro ao pombo que se praticava nos campos de tiro e esse foi proibido.