Aquecimento Global

Mário Barros

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se essa noticia se confirmar o CO2 na atmosfera era começar a diminuir.

Podes consultador os niveis de CO2 por exemplo medidos no observatório de Mauna Loa no Hawaii:
http://www.esrl.noaa.gov/gmd/ccgg/trends/


co2trendmloin6.png
 

Mário Barros

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É porque de facto é um assunto muito, muito complicado. E sabe que mais? Vai ser da minha geração para baixo - ainda mais a sua, portanto - que vai pagar muito caro tudo este desleixo que se está a ter hoje em dia.

Tem esperança que a minha geração seje a geração da mudança ?? é que se nada mudar vamos cozer.
 

José M. Sousa

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Recomendo vivamente esta apresentação de James Hansen (cientista GISS/NASA) sobre os 20 anos - foi em 1988 - que já decorreram desde o seu primeiro depoimento perante o Congresso dos EUA sobre o Aquecimento Global , sem que se tenha feito grande coisa para enfrentar o problema. A apresentação merece ser traduzida.

E começou o aniversário de forma polémica:

Put oil firm chiefs on trial, says leading climate change scientist
· Testimony to US Congress will also criticise lobbyists
· 'Revolutionary' policies needed to tackle crisis

http://www.guardian.co.uk/environment/2008/jun/23/fossilfuels.climatechange
 

Mário Barros

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Entrevista corajosa

O Prof. Molion, citado na entrevista do Prof. João Corte Real, realizou conferências e regeu cursos de mestrado de Climatologia, em Portugal. Recentemente concedeu uma entrevista à revista brasileira ISTOÉ.

A revista ISTOÉ é uma revista semanal considerada, na sua especialidade, uma das quatro principais revistas a circular no Brasil. Publica-se a seguir aquela entrevista, preservando a variedade da língua portuguesa do Brasil.

“Aquecimento global” é terrorismo climático

Pesquisador diz que tendência dos próximos anos é o esfriamento da Terra e que efeito estufa é tese manipulada pelos países ricos

Por RODRIGO RANGEL

O professor Luiz Carlos [Baldicero] Molion é daqueles cientistas que não temem nadar contra a corrente. Na Rio 92 (ou Eco92), quando o planeta discutia o aumento do buraco na camada de ozônio, ele defendeu que não havia motivo para tamanha preocupação. Numa conferência, peitou o badalado mexicano Mario Molina, mais tarde Nobel de Química, um dos primeiros a fazer o alerta. Agora, a guerra acadêmica de Molion tem outro nome: aquecimento global. Pós-doutor em meteorologia formado na Inglaterra e nos Estados Unidos, membro do Instituto de Estudos Avançados de Berlim e representante da América Latina na Organização Meteorológica Mundial, esse paulista de 61 anos defende com veemência a tese de que a temperatura do planeta não está subindo e que a ação do homem, com a emissão crescente de gás carbônico (CO2) e outros poluentes, nada tem a ver com o propalado aquecimento global. Boa notícia? Nem tanto, diz. Molion sustenta que está em marcha um processo de resfriamento do planeta. "Estamos entrando numa nova era glacial, o que para o Brasil poderá ser pior", pontifica. Para Molion, por trás da propagação catastrófica do aquecimento global há um movimento dos países ricos para frear o desenvolvimento dos emergentes. O professor ainda faz uma reclamação: diz que cientistas contrários à tese estão escanteados pelas fontes de financiamento de pesquisa.

ISTOÉ - Com base em que o sr. diz que não há aquecimento global?

Molion - É difícil dizer que o aquecimento é global. O Hemisfério Sul é diferente do Hemisfério Norte, e a partir disso é complicado pegar uma temperatura e falar em temperatura média global. Os dados dos 44 Estados contíguos dos EUA, que têm uma rede de medição bem mantida, mostram que nas décadas de 30 e 40 as temperaturas foram mais elevadas que agora. A maior divergência está no fato de quererem imputar esse aquecimento às atividades humanas, particularmente à queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão, e à agricultura, atrás da agropecuária, que libera metano. Quando a gente olha a série temporal de 150 anos usada pelos defensores da tese do aquecimento, vê claramente que houve um período, entre 1925 e 1946, em que a temperatura média global sofreu um aumento de cerca de 0,4 grau centígrado. Aí a pergunta é: esse aquecimento foi devido ao CO2? Como, se nessa época o homem liberava para a atmosfera menos de 10% do que libera hoje? Depois, no pós-guerra, quando a atividade industrial aumentou, e o consumo de petróleo também, houve uma queda nas temperaturas.

ISTOÉ - Qual seria a origem das variações de temperatura?

Molion - Há dez anos, descobriu-se que o Oceano Pacífico tem um modo muito singular na variação da sua temperatura. Me parece lógico que o Pacífico interfira no clima global. Primeiro, a atmosfera terrestre é aquecida por debaixo, ou seja, temos temperaturas mais altas aqui na superfície e à medida que você sobe a temperatura vai caindo - na altura em que voa um jato comercial, por exemplo, a temperatura externa chega a 45 ou 50 graus abaixo de zero. Ora, o Pacífico ocupa um terço da superfície terrestre. Juntando isso tudo, claro está que, se houver uma variação na temperatura da superfície do Pacífico, vai afetar o clima.

ISTOÉ - O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, da ONU) está errado?

Molion - O painel não leva em consideração todos os dados. Outra coisa que incomoda bastante, e que o Al Gore [exvice- presidente dos EUA e estrela do documentário Uma verdade inconveniente, sobre mudanças no clima] usa muito, é a concentração de CO2. O IPCC diz claramente que a concentração atingida em 2005, de 339 partes por milhão, ou ppm, foi a maior dos últimos 650 mil anos. Isso é uma coisa ridícula. Eles usam uma série iniciada em 1957 e não fazem menção a medições de concentração de gás carbônico anteriores. É como se nunca ninguém tivesse se preocupado com isso. O aumento de CO2 não é um fenômeno novo. Nos últimos 150 anos, já chegou a 550, 600 ppm. Como é que se jogam fora essas medidas? Só porque não interessam ao argumento? O leigo, quando vê a coisa da maneira que é apresentada, pensa que só começaram a medir nos últimos 50 anos. O Al Gore usou no filme a curva do CO2 lá embaixo há 650 mil anos e, agora, decolando. Ridículo, palhaço.

ISTOÉ - Esses temores são cíclicos?

Molion - Eu tenho fotos da capa da Time em 1945 que dizia: "O mundo está fervendo." Depois, em 1947, as manchetes diziam que estávamos indo para uma nova era glacial. Agora, de novo se fala em aquecimento. Não é que os eventos sejam cíclicos, porque existem muitos fatores que interferem no clima global. Sem exagero, eu digo que o clima da Terra é resultante de tudo o que ocorre no universo. Se a poeira de uma supernova que explodiu há 15 milhões de anos for densa e passar entre o Sol e a Terra, vai reduzir a entrada de radiação solar no sistema e mudar o clima. Esse ciclo de aquecimento muito provavelmente já terminou em 1998. Existem evidências, por medidas feitas via satélite e por cruzeiros de navio, de que o oceano Pacífico está se aquecendo fora dos trópicos - daí o derretimento das geleiras - e o Pacífico tropical está esfriando, o que significa que estamos entrando numa nova fase fria. Quando esfria é pior para nós.

ISTOÉ - Por que é pior?

Molion - Porque quando a atmosfera fica fria ela tem menor capacidade de reter umidade e aí chove menos. Eu gostaria que aquecesse realmente porque, durante o período quente, os totais pluviométricos foram maiores, enquanto de 1946 a 1976 a chuva no Brasil como um todo ficou reduzida.

ISTOÉ - No que isso pode interferir na vida do brasileiro?

Molion - As conseqüências para o Brasil são drásticas. O Sul e o Sudeste devem sofrer uma redução de chuvas da ordem de 10% a 20%, dependendo da região. Mas vai ter invernos em que a freqüência de massas de ar polar vai ser maior, provocando uma freqüência maior de geadas. A Amazônia vai ter uma redução de chuvas e, principalmente, a Amazônia oriental e o sul da Amazónia vão ter uma freqüência maior de seca, como foi a de 2005. O Nordeste vai sofrer redução de chuva. O que mais me preocupa é que, do ponto de vista da agricultura, as regiões sul do Maranhão, leste e sudeste do Pará, Tocantins e Piauí são as que apresentam sinais mais fortes. Essas regiões preocupam porque são a fronteira de expansão da soja brasileira. A precipitação vai reduzir e certamente vai haver redução de produtividade. Infelizmente, para o Brasil é pior do que seria se houvesse o aquecimento.

ISTOÉ - A quem interessaria o discurso do "aquecimento"?

Molion - Quando eu digo que muito provavelmente estamos num processo de resfriamento, eu faço por meio de dados. O IPCC, o nome já diz, é constituído de pessoas que são designadas por seus governos. Os representantes do G-7 não vão aleatoriamente. Vão defender os interesses de seus governos. No momento em que começa uma pressão desse tipo, eu digo que já vi esse filme antes, na época do discurso da destruição da camada de ozônio pelos CFCs, os compostos de clorofluorcarbonos. Os CFCs tinham perdido o direito de patente e haviam se tornado domínio público. Aí inventaram a história de que esses compostos estavam destruindo a camada de ozônio. Começou exatamente com a mesma fórmula de agora. Em 1987, sob liderança da Margaret Thatcher, fizeram uma reunião em Montreal de onde saiu um protocolo que obrigava os países subdesenvolvidos a eliminar os CFCs. O Brasil assinou. Depois, ficamos sabendo que assinou porque foi uma das condições impostas pelo FMI para renovar a dívida externa brasileira. É claro que o interesse por trás disso certamente não é conservacionista.

ISTOÉ - Mas reduzir a emissão de CFCs não foi uma medida importante?

Molion - O Al Gore no filme dele diz "nós resolvemos um problema muito crucial que foi a destruição da camada de ozônio". Como resolveram, se cientistas da época diziam que a camada de ozônio só se recuperaria depois de 2100? Na Eco 92, eu disse que se tratava de uma atitude neocolonialista. No colonialismo tradicional se colocam tropas para manter a ordem e o domínio. No neocolonialismo a dominação é pela tecnologia, pela economia e, agora, por um terrorismo climático como é esse aquecimento global. O fato é que agora a indústria, que está na Inglaterra, França, Alemanha, no Canadá, nos Estados Unidos, tem gases substitutos e cobra royalties de propriedade. E ninguém fala mais em problema na camada de ozônio, sendo que, na realidade, a previsão é de que agora em outubro o buraco será um dos maiores da história.

ISTOÉ - O sr. também vê interesses econômicos por trás do diagnóstico do aquecimento global?

Molion - É provável que existam interesses econômicos por detrás disso, uma vez que os países que dominam o IPCC são os mesmos países que já saíram beneficiados lá atrás. O aumento de CO2 não é novo. Nos últimos 150 anos, já atingiu 600 ppm. Mas o Al Gore usou a curva do CO2 de 650 mil anos atrás.

ISTOÉ - Não é teoria conspiratória concluir que há uma tentativa de frear o desenvolvimento dos países emergentes?

Molion - O que eu sei é que não há bases sólidas para afirmar que o homem seja responsável por esse aquecimento que, na minha opinião, já acabou. Em 1798, Thomas Malthus, inglês, defendeu que a população dos países pobres, à medida que crescesse, iria querer um nível de desenvolvimento humano mais adequado e iria concorrer pelos recursos naturais existentes. É possível que a velha teoria malthusiana esteja sendo ressuscitada e sendo imposta através do aquecimento global, porque agora querem que nós reduzamos o nosso consumo de petróleo, enquanto a sociedade americana, sozinha, consome um terço do que é produzido no mundo.

ISTOÉ - Para aceitar a tese do sr., é preciso admitir que há desonestidade dos cientistas que chancelam o diagnóstico do aquecimento global...

Molion - Eu digo que cientistas são honestos, mas hoje tem muito mais dinheiro nas pesquisas sobre clima para quem é favorável ao aquecimento global. Dinheiro que vem dos governos, que arrecadam impostos das indústrias que têm interesse no assunto. Muitos cientistas se prostituem, se vendem para ter os seus projetos aprovados. Dançam a mesma música que o IPCC toca.

ISTOÉ - O sr. se considera prejudicado por defender a linha oposta?

Molion - Na Eco 92, eu debati com o Mario Molina, que foi quem criou a hipótese de que os clorofluorcarbonos estariam destruindo o ozônio. Ele, em 1995, virou prêmio Nobel de Química. E o professor Molion ficou na geladeira. De 1992 a 1997 eu não fui mais convidado para nenhum evento internacional. Eu tinha US$ 50 mil que o Programa das Nações Unidas havia repassado para fazer uma pesquisa na Amazônia e esse dinheiro foi cancelado.

ISTOÉ - O cenário que o sr. traça inclui ou exclui o temor de cidades litorâneas serem tomadas pelo aumento do nível dos oceanos?

Molion - Também nesse aspecto, o que o IPCC diz não é verdade. É possível que, com o novo ciclo de resfriamento, o gelo da Groenlândia possa aumentar e pode ser até que haja uma ligeira diminuição do nível do mar.

ISTOÉ - Pela sua tese, seria o começo de uma nova era glacial?

Molion - Como já faz 15 mil anos que a última Era Glacial terminou, e os períodos interglaciais normalmente são de 12 mil anos, é provável que nós já estejamos dentro de uma nova era glacial. Obviamente a temperatura não cai linearmente, mas a tendência de longo prazo certamente é decrescer, o que é mau para o homem. Eu gostaria muito que houvesse realmente um aquecimento global, mas na realidade os dados nos mostram que, infelizmente, estamos caminhando para um resfriamento. Mas não precisa perder o sono, porque vai demorar uns 100 mil anos para chegar à temperatura mínima. E quem sabe, até lá, a gente não encontre as soluções para a humanidade.

In: Mitos climáticos

Reportagem bastante interessante :):)
 

AnDré

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22 Nov 2007
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Estive a ler a entrevista e há aqui uma série de coisas que me estão a fazer confusão. Passo a cita-las:

ISTOÉ - O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, da ONU) está errado?

Molion - O painel não leva em consideração todos os dados. Outra coisa que incomoda bastante, e que o Al Gore [exvice- presidente dos EUA e estrela do documentário Uma verdade inconveniente, sobre mudanças no clima] usa muito, é a concentração de CO2. O IPCC diz claramente que a concentração atingida em 2005, de 339 partes por milhão, ou ppm, foi a maior dos últimos 650 mil anos. Isso é uma coisa ridícula. Eles usam uma série iniciada em 1957 e não fazem menção a medições de concentração de gás carbônico anteriores. É como se nunca ninguém tivesse se preocupado com isso. O aumento de CO2 não é um fenômeno novo. Nos últimos 150 anos, já chegou a 550, 600 ppm. Como é que se jogam fora essas medidas? Só porque não interessam ao argumento? O leigo, quando vê a coisa da maneira que é apresentada, pensa que só começaram a medir nos últimos 50 anos. O Al Gore usou no filme a curva do CO2 lá embaixo há 650 mil anos e, agora, decolando. Ridículo, palhaço.

Ora, indo directamente a documentos do IPCC encontrei o seguinte:

The global atmospheric concentration of carbon dioxide has increased from a pre-industrial value of about 280 ppm to 379 ppm3 in 2005.
Fonte

E isto:





Ridiculo? Palhaço? :huh:

Continuando...
ISTOÉ - Por que é pior?

Molion - Porque quando a atmosfera fica fria ela tem menor capacidade de reter umidade e aí chove menos. Eu gostaria que aquecesse realmente porque, durante o período quente, os totais pluviométricos foram maiores, enquanto de 1946 a 1976 a chuva no Brasil como um todo ficou reduzida.

É verdade que uma atmosfera fria tem menos capacidade de reter humidade. Mas também não é verdade que com uma atmosfera fria chove mais na zonas equatorias e menos em direcção aos pólos, e numa atmosfera quente é ao contrário: chove menos nas zonas equatoriais - aumento dos desertos, e chove mais nas grandes latitudes, não é?:huh:

Mas não é isso que o senhor diz:
ISTOÉ - No que isso pode interferir na vida do brasileiro?

Molion - As conseqüências para o Brasil são drásticas. O Sul e o Sudeste devem sofrer uma redução de chuvas da ordem de 10% a 20%, dependendo da região. Mas vai ter invernos em que a freqüência de massas de ar polar vai ser maior, provocando uma freqüência maior de geadas. A Amazônia vai ter uma redução de chuvas e, principalmente, a Amazônia oriental e o sul da Amazónia vão ter uma freqüência maior de seca, como foi a de 2005. O Nordeste vai sofrer redução de chuva. O que mais me preocupa é que, do ponto de vista da agricultura, as regiões sul do Maranhão, leste e sudeste do Pará, Tocantins e Piauí são as que apresentam sinais mais fortes. Essas regiões preocupam porque são a fronteira de expansão da soja brasileira. A precipitação vai reduzir e certamente vai haver redução de produtividade. Infelizmente, para o Brasil é pior do que seria se houvesse o aquecimento.

Comparando o discurso do professor com as projecções de ambas as correntes (arrefecimento global/aquecimento global), temos o seguinte:

Variação da precipitação global segundo a Global climatic impacts of a collapse of the
Atlantic thermohaline circulation


Diminuição da precipitação nos trópicos e aumento (forte aumento) no nordeste brasileiro.

E do lado do aquecimento esta, que é basicamente o que o senhor está a dizer:

Fonte
A confirmação das previsões de alguns modelos climáticos de que haverá uma mudança drástica no regime de chuvas da região, fará com que parte da região oriental da Amazônia torne-se, além de mais quente, mais seca.

Ora, posto isto, acho que o Prof. Molion está um bocadinho baralhado, não está?:confused::confused:
 

José M. Sousa

Cumulus
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16 Mai 2008
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Ora, posto isto, acho que o Prof. Molion está um bocadinho baralhado, não está?:confused::confused:

Provavelmente, é mais um ressabiado! De notar que a Academia das Ciências do Brasil subscreveu a tal declaração conjunta que consta deste fórum!

A pretensão do aquecimento global ser uma conspiração do mundo rico para impedir os pobres de se desenvolver é DISPARATE MONUMENTAL! Para isso bastou o FMI e Banco Mundial, de forma bem mais eficaz.
 

Vince

Furacão
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23 Jan 2007
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acho que o Prof. Molion está um bocadinho baralhado, não está?:confused::confused:

Baralhado ? Nããã...
Eu nem acabei de ler o texto quando cheguei à parte dos CFS's, conspiração dos países ricos contra os pobres porque as patentes dos CFS's entraram no domínio público. É preciso ter muita imaginação.

Mas se achaste baralhado, que dizes a este final de um texto dele:

O CFC E A CAMADA DE OZÔNIO - A FARSA?

....
Não se pode tentar conservar o Planeta usando "verdades" científicas não comprovadas! É importante esclarecer a população sobre as limitações do conhecimento científico atual e lutar para a conservação sob o argumento que, sendo a base de dados observados pequena, existe uma incerteza quanto à capacidade do homem interferir em fenômenos básicos do clima, como efeito-estufa e camada de O3. Na dúvida, atualmente existente, é melhor conservar reduzindo atividades que possam interferir no sistema climático.
Luiz Carlos Baldicero Molion -Prof. Phd do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal de Alagoas
http://br.geocities.com/zuritageo/cfc.htm

Confuso não ? Dá a ideia que o homem está a dizer que reduzir as emissões é interferir com o sistema climático, conservar é manter a situação.
 

Storm_Lady

Cirrus
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17 Abr 2008
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S. Joao do Estoril
A minha sobrinha disse-me isto hoje: O que é que o tubarão diz para a tubaroa? Tubaralhas-me! E eu digo-vos: Vocês Baralham-me! Ora expliquem-me lá isto como se eu fosse muito burra!!!

Earth's Core, Magnetic Field Changing Fast, Study Says

Rapid changes in the churning movement of Earth's liquid outer core are weakening the magnetic field in some regions of the planet's surface, a new study says.

"What is so surprising is that rapid, almost sudden, changes take place in the Earth's magnetic field," said study co-author Nils Olsen, a geophysicist at the Danish National Space Center in Copenhagen.

The findings suggest similarly quick changes are simultaneously occurring in the liquid metal, 1,900 miles (3,000 kilometers) below the surface, he said.

The swirling flow of molten iron and nickel around Earth's solid center triggers an electrical current, which generates the planet's magnetic field.

(Learn more about Earth's interior.)

The study, published recently in Nature Geoscience, modeled Earth's magnetic field using nine years of highly accurate satellite data.

Flip-Flop

Fluctuations in the magnetic field have occurred in several far-flung regions of Earth, the researchers found.

In 2003 scientists found pronounced changes in the magnetic field in the Australasian region. In 2004, however, the changes were focused on Southern Africa.



The changes "may suggest the possibility of an upcoming reversal of the geomagnetic field," said study co-author Mioara Mandea, a scientist at the German Research Centre for Geosciences in Potsdam.

Earth's magnetic field has reversed hundreds of times over the past billion years, and the process could take thousands of years to complete.

(Related story: "Magnetic Field Weakening in Stages, Old Ships' Logs Suggest" [May 11, 2006])

Upper Atmosphere Radiation

The decline in the magnetic field also is opening Earth's upper atmosphere to intense charged particle radiation, scientists say.

Satellite data show the geomagnetic field decreasing in the South Atlantic region, Mandea said, adding that an oval-shaped area east of Brazil is significantly weaker than similar latitudes in other parts of the world.

"It is in this region that the shielding effect of the magnetic field is severely reduced, thus allowing high energy particles of the hard radiation belt to penetrate deep into the upper atmosphere to altitudes below a hundred kilometers (62 miles)," Mandea said.

This radiation does not influence temperatures on Earth. The particles, however, do affect technical and radio equipment and can damage electronic equipment on satellites and airplanes, Olsen of the Danish space center said.

Keep Watching

The study documents just how rapidly the flow in Earth's core is changing, said Peter Olson, a geophysics professor at Johns Hopkins University in Baltimore, Maryland, who was not involved with the research.

By using satellite imagery, researchers have a nearly continuous measurement of changes, he said.

"They provide a good rationale to continue this monitoring longer," Olson said.

FONTE: http://news.nationalgeographic.com/news/pf/76158139.html

Beijinhos e Fiquem Bem!
 

Paulo H

Cumulonimbus
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2 Jan 2008
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A minha sobrinha disse-me isto hoje: O que é que o tubarão diz para a tubaroa? Tubaralhas-me! E eu digo-vos: Vocês Baralham-me! Ora expliquem-me lá isto...
Beijinhos e Fiquem Bem!

Storm_Lady, não há nada que baralhar! Para não estar a repetir-me, deixo a minha opinião do meu post no tópico "Monitorização Criosfera - 2008":

"Quanto ao alerta do Mário Barros, eu posso estar equivocado e sou humilde o suficiente para isso, mas a verdade é que não tenho conhecimento de que a inversão do campo magnético possa influenciar em algo o nosso clima. Deus nos livre de tal inversão, não que não aconteça ciclicamente, mas o perigo não está no facto da agulha da bússula indicar um sentido contrário ao que estamos habituados, mas sim, refiro-me ao periodo mais ou menos longo, em que esta possa ficar desorientada sem Norte/Sul definidos. Já pensaram no que aconteceria a todas as espécies migratórias aves, peixes e insectos?! E o que aconteceria a todas as espécies que não sendo migratórias se orientam pelo seu "Norte"?! Não quero nem pensar, seria algo semelhante a um daqueles filmes do Hitchcock!!

Pior ainda seria que no periodo de inversão magnética em que não há orientação definida, ficassemos sem campo magnético, que como já referi é devido ao movimento de rotação do nosso núcleo interno de ferro com flutuações convectivas, é este o motor do planeta, um electroiman gigante com polos definidos. Sem campo magnético, aí sim, o nosso clima seria afectado, pois não teriamos qualquer protecção à acção dos ventos solares, e aí as nossas preocupações com o aquecimento global não seriam mais que uma piada de mau gosto.

A Terra muda o seu eixo de rotação ciclicamente, isso é algo que acontece lentamente e tem a ver com mecânica e não com electromagnetismo! Como todos sabem, o Norte magnético não coincide com o Norte geográfico, pelo que digo mais, o ciclo de inversão dos polos magnéticos é algo de irregular e imprevisível e não está relacionado com o movimento mecânico da Terra, mas sim com a dinâmica do movimento do núcleo de ferro do nosso planeta."

O que o artigo que citaste refere, reflete alguma preocupação, mas nada que não tenha já acontecido no passado. Desde já podemos retirar algumas conclusões:

1. Existe uma dinâmica contínua no interior do nosso planeta, no motor interno de ferro e níquel que se reflete no campo magnético terrestre.
2. Não há qualquer problema em o Norte passar a ser o Sul ou vice-versa, o problema na minha humilde opinião acontece no periodo de transição em que não há polo magnético definido, e com isto quero sugerir sem qualquer exagero que afectaria negativamente todos os seres vivos migratórios que se guiam pelo sentido do campo magnético terrestre, bem como todos aqueles que embora não emigrem, se orientem por esse sentido.
3. O sentido do campo magnético terrestre, não afecta de forma alguma o clima, trata-se de electromagnetismo! O campo magnético terrestre é um campo vectorial, e como tal tem um sentido e um valor (escalar), ora o sentido é indiferente já ocorreram mudanças no passado e os seres vivos adaptaram-se, o pior é quando o sentido do campo é indefenido por dias, meses ou anos!! Qual a rota migratória a tomar? Que caminho para chegar ao alimento ou a casa? Mas o sentido do campo magnético não interfere de forma alguma no clima, já o seu valor (escalar) poderá afectar de uma forma indirecta, pois se o campo magnético for de tal forma assimétrico (irregular) sobre a superfície do globo, poderá haver zonas de sobreposição e outras de anulação, e nestas zonas haverá sem dúvida maior susceptibilidade de ficarmos sujeitos às ondas cósmicas e ventos solares que são partículas de alta energia que não nos atingem devido ao guarda-sol que nos protege (campo magnético). Não creio que se possa atingir um nível letal, pois sendo verdade que no passado já tenha ocorrido várias vezes, não há registos de grandes extinções em massa! Ups, estou a esquecer-me dos dinosauros..
Na ficção científica, exagera-se sempre, estou a lembrar-me de um filme onde num processo de transição do sentido do campo magnético, houve um periodo em que este enfraqueceu por todo o globo, deixando penetrar as ondas cósmicas e ventos solares de alta energia da ordem das micro-ondas ou superior, no filme tudo o que era electronico avariava, os pássaros, as baleias e os peixes desorientavam-se, morriam e os ventos solares ferviam a superfície do mar com micro-ondas! Grande exagero, mas pronto, só dessa forma se afectaria o clima!
 

Paulo H

Cumulonimbus
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O que é que os peixes têm a ver com o aquecimento global?

Vi ontem um documentário na RTP2, onde pude registar algo curioso, quero aqui registar porque faz-me lembrar o tal efeito borboleta, embora por outras vias:

Tudo se passa julgo eu na Zâmbia, junto ao "corno de África", cientistas biólogos e ecologistas se juntaram para avaliar a quantidade e variedade de vida selvagem naquele país.
O verdadeiro motivo da investigação se deveu à rápida prolifereção dos macacos Babuínos que levou a uma mudança dos hábitos destes primatas, pilhando aldeias, de dia, de noite e tornando-se mais agressivos.

Foi quando acederam ao registo histórico que se mantinha à décadas pelos guardas do parque, efectuando-se contagem de animais e sua variedade em cada incursão diária pela selva. Tornou-se um indicador valioso.

Foi quando constaram que houve um decréscimo dos carnívoros, e isto devido aos hábitos alimentares da população assegurados pela caça intensiva.

Foi devido à caça intensiva que se reduziu o nº de depredadores e aumentou o nº de babuínos. Mas constataram algo ainda mais curioso! É que nos anos em que houve maior consumo de peixe, houve alguma recuperação da fauna selvagem em terra. Obviamente havendo mais pesca, não é necessário tanta caça.. Houve anos em que se pescaram milhares de toneladas de sardinha!

E agora o mais importante..

Hoje em dia, há macacos, poucos predadores e pouco peixe! Foi quando começaram a ocorrer fenómenos de libertação de metano e sulfureto de hidrogénio. No mar, ao largo das praias, as pessoas relatam que são extensões enormes de bolhas que quase explodem com algumas centenas de metros de comprimento. Mais surpreendidos ficaram os cientistas quando testemunharam via satélite o aparecimento destas bolhas de coloração amarelada ao longo da costa, mas com uma superfície do tamanho do estado do Nebraska! Portanto não eram apenas umas centenas de metros de superfície de gases de efeito estufa, era muito mais que isso!

E sabem quando é que esses fenómenos ocorrem? Pois é, verificaram que o fenómeno está correlacionado sem dúvida alguma com a passagem de centros de baixas pressões atmosféricas, aliviando de alguma forma o fundo marinho libertando-se estas quantidades enormes de gases.

Para terminar, respondo à pergunta "O que é que os peixes têm a ver com o aquecimento global?" A verdade é que por terem feito pesca intensiva na sua costa, os peixes que se alimentam do zooplanton e fitoplanton viram reduzido drásticamente o seu número, provocando uma superpopulação do planton que produz matéria orgânica e também morrem sedimentando no fundo marinho e decompondo-se novamente em metano e sulfureto de hidrogénio pela acção dos decompositores.

Pois é, o metano e o sulfureto de hidrogénio tem a ver com planton e matéria orgânica, que tem a ver com peixes, que tem a ver com pesca, que tem a ver com caça, que tem a ver com carnívoros, que tem a ver com os babuínos e por fim connosco! Ah, esqueci-me da tal borboleta da teoria do caos, mas decerto que borboletas não faltam na Zâmbia!
 

psm

Nimbostratus
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25 Out 2007
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O que é que os peixes têm a ver com o aquecimento global?

Vi ontem um documentário na RTP2, onde pude registar algo curioso, quero aqui registar porque faz-me lembrar o tal efeito borboleta, embora por outras vias:

Tudo se passa julgo eu na Zâmbia, junto ao "corno de África", cientistas biólogos e ecologistas se juntaram para avaliar a quantidade e variedade de vida selvagem naquele país.
O verdadeiro motivo da investigação se deveu à rápida prolifereção dos macacos Babuínos que levou a uma mudança dos hábitos destes primatas, pilhando aldeias, de dia, de noite e tornando-se mais agressivos.

Foi quando acederam ao registo histórico que se mantinha à décadas pelos guardas do parque, efectuando-se contagem de animais e sua variedade em cada incursão diária pela selva. Tornou-se um indicador valioso.

Foi quando constaram que houve um decréscimo dos carnívoros, e isto devido aos hábitos alimentares da população assegurados pela caça intensiva.

Foi devido à caça intensiva que se reduziu o nº de depredadores e aumentou o nº de babuínos. Mas constataram algo ainda mais curioso! É que nos anos em que houve maior consumo de peixe, houve alguma recuperação da fauna selvagem em terra. Obviamente havendo mais pesca, não é necessário tanta caça.. Houve anos em que se pescaram milhares de toneladas de sardinha!

E agora o mais importante..

Hoje em dia, há macacos, poucos predadores e pouco peixe! Foi quando começaram a ocorrer fenómenos de libertação de metano e sulfureto de hidrogénio. No mar, ao largo das praias, as pessoas relatam que são extensões enormes de bolhas que quase explodem com algumas centenas de metros de comprimento. Mais surpreendidos ficaram os cientistas quando testemunharam via satélite o aparecimento destas bolhas de coloração amarelada ao longo da costa, mas com uma superfície do tamanho do estado do Nebraska! Portanto não eram apenas umas centenas de metros de superfície de gases de efeito estufa, era muito mais que isso!

E sabem quando é que esses fenómenos ocorrem? Pois é, verificaram que o fenómeno está correlacionado sem dúvida alguma com a passagem de centros de baixas pressões atmosféricas, aliviando de alguma forma o fundo marinho libertando-se estas quantidades enormes de gases.

Para terminar, respondo à pergunta "O que é que os peixes têm a ver com o aquecimento global?" A verdade é que por terem feito pesca intensiva na sua costa, os peixes que se alimentam do zooplanton e fitoplanton viram reduzido drásticamente o seu número, provocando uma superpopulação do planton que produz matéria orgânica e também morrem sedimentando no fundo marinho e decompondo-se novamente em metano e sulfureto de hidrogénio pela acção dos decompositores.

Pois é, o metano e o sulfureto de hidrogénio tem a ver com planton e matéria orgânica, que tem a ver com peixes, que tem a ver com pesca, que tem a ver com caça, que tem a ver com carnívoros, que tem a ver com os babuínos e por fim connosco! Ah, esqueci-me da tal borboleta da teoria do caos, mas decerto que borboletas não faltam na Zâmbia!






Desculpa de corrigir os locais de tais fenomonos no 1º caso é no Gana,e houve confusão de misturar com o 2º caso, pois esse acontece na Namibia e tem haver com a grande exploração(pesca industrial para farinha de peixe) das sardinhas que comem o fitoplanton e zooplanton,pois se houver poucas sardinhas o fitoplanton e o zooplanton irão aumentar de numero(quantidade) e ele é o alimento principal das sardinhas(acontece também nas nossas águas),e ao morrer irá para o fundo da plantaforma continental indo acumular-se e decomponde-se e libertando metano e sulfuretos, é ai que está o problema, quando vêm sistemas depressionários mais profundos e com ciclos de 20 em 20 anos ou mais alargados, iram contrariar o sistema normal de correntes e ondulação, e essa modificação das correntes(serão de N para S,quando o que é normal é de S para N)faz com que se liberte o metano e o sulfureto(pela decomposição do fitoplanton no fundo do oceano) asfixiando os peixes e levando á mortandade dos respectivos.
O documentário misturou o problema das alterações climáticas com a exploração intensiva de peixe.
O problema do Gana é a grande procura por uma grande parte da população(pescadores)por peixe,junto com as grandes frotas (fabricas) do atum,mais a pirataria das frotas ilegais .
Havia um 3ºcaso que era a aquacultura, e os problemas que causava,e as soluções para os dejectos da própria industria do peixe.


Desculpem se repeti a explicação do Paulo H,mas tinha de corrigir os locais.

Ontem deu o documentário sobre aquiferos(problemas) na peninsula do Iucutan,num estuário no NE dos Estados Unidos mas aqui não falaram nas alterações climáticas.



Na Africa ocidental (Senegal,Marrocos,Mauritania,etc....)já foi de disputas para as licenças de pesca nessas águas,e o stress nos stocks das próprias águas,pois as populações não têm hipotese de competir com"fabricas pesceiras" e com um aumento da população nesses paises.