ACERCA DO PLUVIÓMETRO (2)
(No seguimento do comunicado 525 - página 35)
FUNCIONAMENTO
Introdução:
O presente comunicado limita-se a registar, em termos muito gerais, como é que funciona o processo de medição do pluviómetro em apreço.
O objectivo é sintetizar o processo, para além do estritamente descrito no manual, a fim de permitir melhor compreender a máquina e as suas capacidades na função de aparelho de medida.
Nesta descrição, pode acontecer que não tenha sido bem compreendida a máquina ou assimilada a informação disponível, pelo que poderão justificar-se futuras actualizações sobre este tema.
A água da chuva é apanhada na boca do pluviómetro que a conduz por um funil a uma concha basculante associada a um íman que acciona um interruptor magnético.
O volume de água que provoca o balanço da concha basculante pode ser ajustado, correspondendo cada balanço à precipitação aproximada de 0,284 mm
Um circuito electrónico, alimentado por 2 pilhas correntes de 1,5 V do tamanho AA, monitoriza a tensão de alimentação e a contagem de balanços facultada pelo interruptor magnético, e prepara periodicamente um pacote de informação que envia para a consola, via radio.
A emissão é feita nos 434 MHz a intervalos de 37 segundos e cada pacote de comunicação contêm 7 mensagens iguais e seguidas, cada uma com a seguinte informação: Identificação do emissor; Estado da tensão de alimentação; Identificação do tipo de informação; Total de precipitação contada desde o início de operação; Chave para validação da mensagem.
A precipitação é informada em múltiplos de 0,25 mm
Ao receber validamente cada comunicação proveniente do pluviómetro, a consola actualiza internamente o respectivo registo e incrementa proporcionalmente os seus contadores (Diário, Semanal, Mensal e Total), disponibilizando no visor as correspondentes medidas no formato milímetros ou polegadas.
Paralelamente, no final de cada período estabelecido (Diário, Semanal e Mensal), a consola transfere o conteúdo dos contadores e históricos para os respectivos 6 históricos subsequentes, perdendo a informação do histórico mais antigo e colocando a zero os contadores actuais.
As medidas disponibilizadas no visor são truncadas às décimas ou às centésimas, respectivamente para os formatos milímetros e polegadas.
Se for caso disso, a consola disponibiliza no visor a informação de tensão insuficiente das pilhas no pluviómetro.
Não há emissão de comunicação pelo pluviómetro durante a pesquisa de sinal horário DCF-77 pela consola.
O 'entendimento' entre pluviómetro e consola é feito no início de operação, do seguinte modo:
- Ao ser alimentado por energia eléctrica, o pluviómetro gera um número aleatório de identificação, que vai manter enquanto a alimentação se mantiver;
- Ao forçar-se, na consola, a pesquisa de periféricos, esta capta a emissão do pluviómetro e regista a sua identificação, que vai servir de palavra passe para aceitação das respectivas comunicações;
- Ao registar o pluviómetro no acto de pesquisa de periféricos, a consola regista também o valor de arranque de contagem da precipitação, informado pelo pluviómetro.
No caso de existência no ar de outros pacotes de comunicação na mesma frequência, poderão ser necessárias várias tentativas até que a consola 'apanhe' o pluviómetro efectivamente pretendido. Naturalmente que não haverá 'entendimento' possível no caso de existência no ar de outra emissão com potência semelhante e operando ininterruptamente na mesma frequência.
Conforme se depreende, a medição facultada ao utilizador não é disponibilizada em tempo real. Há que ter presente a decalagem provocada pelos seguintes factores:
- Em cada chuvada, antes do 1.º balanço da concha basculante (cerca de 0,284 mm de precipitação real) não há informação de medida;
- Antes de cada nova emissão de informação pelo pluviómetro (que pode demorar até cerca de 5 minutos) não há actualização de medida;
- No caso de falha de recepção pela consola (por exemplo, devido a emissões sobrepostas, emitidas por outras fontes) a actualização da medida tem de aguardar por nova recepção bem sucedida.
Cumprimentos,
J. P. Proença