Biodiversidade

Dan

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O bisonte americano já voltou ao México, numa área aberta e de clima seco. O bisonte europeu também não deve ter grandes dificuldades em viver em ambientes mediterrânicos, com vegetação mais aberta, assim como o montado.
 


belem

Cumulonimbus
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A designação de zebro por si só, por vezes, suscita dúvidas.

Que existiam alguns (não todos) cavalos selvagens com zebruras nas patas e no ombro, na Península Ibérica, disso não parece haver grandes dúvidas.
Basta ver as pinturas de Ekainberri e os testes genéticos nas nossas raças, indicam a influência de cavalos selvagens locais (particularmente éguas).
Em mustangs de origem ibérica, é possível encontrar os mesmos marcadores.
Muitas páginas foram dedicadas ao tema e muitos poucas se lembraram dos cavalos primitivos ibéricos.
Ainda hoje há quem chame de «burra» ao Garrano.

Se formos procurar referências ao contexto arqueológico, na P. Ibérica, o mais parecido que encontramos a um zebro (como algo relacionado com a zebra) será provavelmente o Equus hydruntinus.
Osteologicamente, esta espécie «extinguiu-se» na Europa, durante a Idade do Bronze (na França), mas os dados históricos sugerem-nos que sobreviveu até tempos bem mais recentes.
Isto poderá ser assim, porque em alguns solos, os ossos não se preservam bem e nem sempre é fácil de encontrar ossadas antigas.
Certos estudos genéticos sugerem fortemente que o Equus hydruntinus e Equus hemionus, são a mesma espécie.
O hemíono, não é propriamente um burro, mas algo entre um burro e um cavalo, em termos fenotípicos.
Osteologicamente e em termos gerais, é inclusivamente difícil distinguir entre E. hydruntinus e E. hemionus, apesar das diferenças temporais e espaciais.
É cada vez mais óbvio que havia uma continuidade de habitats e espécies entre a Ásia e a Europa.

Se formos procurar referências a um contexto histórico:

-Textos oriundos de tribunais em Espanha escritos em latim no séc XII, usavam o termo «zebra ónagro».
-No séc XII, o zebro é referido como peça de caça, juntamente com o corço, a lebre, o coelho, o veado ,o javali, a perdiz e o urso, num texto que se refere à região de Cuenca e Teruel
-No séc XIII Rodrigo Jiménez de Rada, Arcebispo de toledo, usa o termo «onagrorum», em Latim.
-No séc XIII, General Estoria de Alfonso X de Castilha, diz que os ónagros são como a zebra.
No séc XV, Enrique de Villena, faz uma clara distinção entre carne de cavalo e de zebro.

Realmente esta espécie (hemíono) tem interesse para reintrodução, mediante certas condições e cuidados (a variedade existente no Irão e/ou Turquemenistão serve perfeitamente para o efeito) e além do seu papel ecológico, tem também o potencial de atrair turistas e de dar uma nova oportunidade à espécie que em muitos locais, está em declínio.

-

Muitos restos de hemíono, já foram encontrados na Estremadura, no Ribatejo e na Beira Litoral, por exemplo.
 
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frederico

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Um dos artigos que eu coloquei refere que o muflão presente em Espanha poderá descender de populações de ovelhas domesticadas que voltaram ao meio natural e se assilvestraram, milénios atrás. A ser verdade, isto não abre mais hipóteses de se conseguir recuperar um dia o auroque?
 
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belem

Cumulonimbus
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Um dos artigos que eu coloquei refere que o muflão presente em Espanha poderá descender de populações de ovelhas domesticadas que voltaram ao meio natural e se assilvestraram, milénios atrás. A ser verdade, isto não abre mais hipóteses de se conseguir recuperar um dia o auroque?

Os muflões que temos atualmente na P. Ibérica são Ovis ammon tal como os que eram aqui encontrados no Paleolítico.
A maior diferença deverá estar no tamanho e na variedade.

Quanto ao auroque, basta ver o tópico sobre o mesmo que já existe aqui no forum.
 
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camrov8

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O bisonte americano já voltou ao México, numa área aberta e de clima seco. O bisonte europeu também não deve ter grandes dificuldades em viver em ambientes mediterrânicos, com vegetação mais aberta, assim como o montado.
o problema é a forragem nos eucaliptais e pinhais é praticamente tudo arbustos como tojo, no montado não iria ter problema pois é mais graminias que são a maioria da dieta.

isto não abre mais hipóteses de se conseguir recuperar um dia o auroque?
sei que não é este o tópico mas a minha opinião e a de muita gente é não só a clonagem pode trazer uma espécie extinta. Uma vez extinto a genética perde-se, muita gente argumenta que projectos como o Tauros não produzem um auroque mas sim um bovino que se parece e comporta como um é como querer recriar um Trex ou velocirraptor usando as aves como ponto de partida a genética é complicada e pode-se ter perdido partes importantes do seu genoma
 
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belem

Cumulonimbus
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Como ainda temos raças autóctones primitivas, precisamos é de conservar as variedades mais primitivas, que ainda têm semelhanças em relação ao auroque, e que estão em vias de extinção.

Não iremos precisar de uma recriação do auroque.feita pelo Tauros.
Aliás o Tauros, é que aconselhou a usar Maronesa primitiva na Faia Brava.
 
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frederico

Furacão
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https://www.dn.pt/lusa/populacao-do...metade-na-ultima-decada---estudo-9068637.html

É possível que uma das causas desta redução esteja ligada ao abandono das culturas de cereais. É certo que antigamente se destruíram solos com os exageros das campanhas do trigo, mas o modelo antigo de paisagem em mosaico, com floresta, matos, pastagens e terras de cereais fornecia alimento a espécies como a abetarda, sisão, rola-brava ou perdiz. Os caçadores sabem disto melhor que ninguém, por isso muitas associações cultivam trigo nas reservas de caça.
 

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Super Célula
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Super Célula
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Hoje vi duas cobras num espaço de 2km

Esta pequenita, incrivel como ela estava bem camuflada, quase se confunde com o pavimento, apanhei um valente susto:
20200531-145938.jpg


E uma enorme, com uns 2 metros de comprimento e 7cm de diâmetro, a mergulhar para uma ribeira, acho que nunca tinha visto uma tão grande.
Infelizmente só a vi ao longe e ela ia com pressa, não tive tempo para tirar foto.

Nos últimos tempos também tenho visto muitos coelhos e ouriços-cacheiros por essas matas a fora.
 
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Super Célula
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Corroios (cota 26); Aroeira (cota 59)
Hoje vi duas cobras num espaço de 2km

Esta pequenita, incrivel como ela estava bem camuflada, quase se confunde com o pavimento, apanhei um valente susto:
20200531-145938.jpg


E uma enorme, com uns 2 metros de comprimento e 7cm de diâmetro, a mergulhar para uma ribeira, acho que nunca tinha visto uma tão grande.
Infelizmente só a via ao longe e ela ia com pressa, não tive tempo para tirar foto.

Nos últimos tempos também tenho visto muitos coelhos e ouriços-cacheiros por essas matas a fora.
Serão duas víboras? :surprise:

O meu conhecimento sobre répteis não é o melhor...