Em relação a uma espécie desaparecida mas que foi extreminada pois era uma praga para a agricultura era o ardila(esquilo), como já mencionei em outro post, noutro topico, tal como a rapoza que ainda me lembro que quando criança ainda as havia na Assafora, mas que grande parte delas foram envenenadas e desapareceram, e ainda se pode ver texugos(tocas), quanto ao gineto ainda de vê na serra de Sintra.
Pertenço à Quercus mas com a falta de tempo não tenho feito nada, limito-me a pagar as anuidades... Quanto ao Quercus canariensis sei pouco da sua situação actual, penso que será talvez a árvore mais ameaçada no nosso país e que está limitada a uma área muito restrita na zona entre Monchique e Odemira. Penso que em Espanha há bons núcleos em Cádiz e em Aracena, mas mesmo assim será dos carvalhos potencialmente mais ameaçados. Conheço um caso de uma associação local que fez reflorestações de galerias ripícolas e limpezas de margens, mas não teve resultados porque os pastores e os caçadores partiram os troncos das árvores que tinham sido plantadas
na lagoa de santo andre tambem muitas especies autocones estão quase extintas enquanto outras invasoras nao só de fora como tambem do proprio territorio portugues estão a crescer ( pinheiro bravo e acacia). já lá vi uns passaros ( muitos e em grupo)com cauda longa e azul escura tipo papagaios ventre branco ou esbranquiçado e asas azuis o corpo era mais redondo só mesmo a cauda parecia a de um papagaio o bico tambem era grandito como o das aves granivoras....nao sei o que é
Há uma gimnospérmica arbustiva autócne dessa área, é mesmo um endemismo nacional, não sei qual é a sua situação actual. Quanto à ave tenho uma ideias mas lá vem o mesmo problema de sempre, não tenho os livros cá no Porto, precisava do meu guia da Fapas para tirar umas dúvidas... A situação dos endemismos da nossa costa é preocupante, penso que já há algumas extinções de sub-espécies, graças aos jipes, à motos quatro, ao urbanismo desregulado e às espécies invasoras...
vi a ave assim de relance pous voam rapido e em bando....era certamente exotica e o que interessa e que nao seja nefasta para o ecossistema... quanto á riqueza biologica a lagoa de sto andre é riquissima e até existem cedros selvagens em grande quantidade no pinhal onde coexistem com figueiras da india, agaves pinheiro manso e bravo, acacias,etc tambem há texugos, coelhos, imensas aves,cegonhas,etc é lindo
A gineta ainda existe em Sintra, posso confirmar porque já ouvi uma ( e até no parque florestal de Monsanto em Lisboa). Ah e penso que tive perto duma zona de marcação territorial, por causa do cheiro forte...
Infelizmente poucos bosques maduros restam na Serra do Caldeirão, não é? Essa é uma dura realidade que temos de saber aceitar... Para alguém fazer alguma coisa, é preciso juntar gente, patrocínios, estudar a zona,etc... Penso que sabes disso.
Eu pessoalmente não conheço nenhum viveiro de Quercus canariensis e conheço muito poucos núcleos selvagens desta espécie. Tenho é alguns sobreiros ( centenas) semeados em vasos. Se alguém quiser doar glandes ( bolotas) de outros carvalhos esteja à vontade.
Biodiversidade no Barrocal Algarvio Depois da serra do Caldeirão, chegou a vez de abordar o barrocal algarvio. O barrocal é uma sub-região natural do Algarve que se localiza entre as serras e o litoral. É uma região estreita nos extremos, que se localizam aproximadamente entre Cacela e Lagos, e larga na região central, localizada no concelho de Loulé. Caracteriza-se pela presença de solos calcáreos, e em parte desta região surgem elevações irregulares, os barrocos, algumas das quais de altitude moderada, próxima dos 500 m, como é o caso da Rocha da Pena. O barrocal integra ainda a Serra de Monte Figo (411 m). A região tem um clima mediterrânico idêntico ao do litoral algarvio, com precipitações ligeiramente superiores, que rondarão os 500-800 mm anuais. Encontra-se protegida dos ventos de quadrante norte pelas serras do Caldeirão e de Monchique. A vegetação assumiu num passado recente características de consididerável relevo ecológico. Na maquis predominariam as alfarrobeiras, os zambujeiros, as aroeiras, os medronheiros, o carrasco, entre muitas outras espécies vegetais, uma delas autócne já extinta (um narciso que só existe actualmente em jardins botânicos). Nalgumas zonas mais desenvolvidas surgiria a azinheira e o carvalho-cerquinho. Neste habitat encontraríamos o lince-ibérico, várias aves de rapina, que nidificariam nalgumas escarpas calcáreas, raposas, ginetos, texugos, ouriços, passeriformes, e várias espécies de morcegos, entre outras. Predominava a agriculura de sequeiro, com belos arvoredos de cariz biológico, com uma biodiversidade única. Falo das culturas da amendoeira, da alfarrobeira, da oliveira e da figueira. Nos vale encontrávamos a agricultura de regadio, com os citrinos, a nespereira ou outras árvores de fruto. Na última década o barrocal tem sofrido um progressivo processo de degradação. A construcção massiva e desregulada de aldeamentos turísticos e pequenas «vilas», dispersas na paisagem, levou à abertura de muitos novos caminhos e à destruição progressiva de trechos de vegetação autócne. Em poucos anos a paisagem que outrora era verde ficou salpicada de branco e de cinzento. Para além disso, os pomares de sequeiro há muito que foram abandonados e agora correm o risco de vir a ser substituídos por mega-plantações de oliveiras ou por campos de golfe. E os últimos anos de seca têm piorado a situação, sendo já evidente uma gradual rarefacção da densidade da vegetação. Embora tenha sido reinvidicada há muitos anos, a área protegida do barrocal, que ficaria a norte de Loulé, nunca foi criada. Existem apenas dois sítios classificados, de reduzidas dimensões, a Rocha da Pena e a Fonte Benémola. Por classificar restá o Cerro do Cabeço, a Nave do Barão e outros monumentos geológicos da região. A agricultura sustentável pode vir a trazer desenvolvimento económico sem causar danos. A allfarroba é um produto pouco divulgado, e com um enorme potencial, tal como o figo, cada vez mais ausente da nossa alimentação. E para não falar da amêndoa, fruto que continuamos a importar quando poderíamos ser auto-suficientes. Uma estratégia para o barrocal devia incluir: - A criação de um Parque Natural no barrocal a norte de Loulé; - Corredor ecológico com Monchique e Odelouca; - Reintrodução do lince; - Salvaguarda de núcleos de vegetação autócne mais desenvolvidos; - Mais ordenamento urbanístico; - Salvaguarda dos monumentos geológicos; - Recuperação paisagística das pedreiras.
Boa noite No barrocal algarvio também se cultivam frutos tropicais e subtropicais como mangas, anonas, abacates e maracujás. Eu fiz trabalho de campo no ano passado junto à Ribeira de Odelouca e de facto a zona ainda tem muitos habitats naturais embora nota-se em alguns pontos os prejuízos produzidos pela presença das pedreiras. O clima da zona surpreendeu-me pela secura e calor ( mesmo de noite), talvez por estar na «sombra» da Serra de Monchique. O lince-ibérico parece-me, que nas condições actuais do barrocal, não poderá lá ser reintroduzido... De facto é na Serra de Monchique que existe a maior população actual conhecida de lince-ibérico em Portugal, mas esta não tem continuidade na qualidade de habitat, no barrocal, excepto de forma degradada na zona de Odelouca. Se esta zona for protegida e devidamente estudada, pode ser que seja possível... Mas não nas condições actuais.
Sim é verdade existe a cultura de frutos tropicais mesmo sem ser em estufa, e posso dizer que as mangas algarvias são óptimas! Quanto às temperaturas elevadas estas devem-se em parte ao facto da serra do Caldeirão e de Monchique protegerem dos ventos de Norte e de Nordeste. Quanto à reintrodução do lince também concordo que só poderia ser feita se as coisas fossem alteradas. Não sei muito sobre a presença do Quercus faginea no barrocal... alguém me pode dar umas luzes sobre o assunto? Só uma coisa, ainda há linces em Monchique? Pensava que já não havia linces em Portugal... então se há, qual será o impacto da barragem de Odelouca?