Desastre nuclear de Fukushima/Japão Março 2011

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27 Mar 2008
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Radioatividade impede helicópteros de lançar água nos reatores

Os helicópteros do exército japonês tentam assegurar agora as operações de refrigeração dos reatores da central de Fukushima, mas o nível de radioatividade acima do reator número três não permite prosseguir a tarefa.

A Tokyo Electric Power confirma que é o reator número 3 que concentra a maior preocupação. Um fumo branco continua a sair da estrutura. A fuga radioativa é mensurável num raio de 20 quilómetros em torno da central, mas o governo afirma que não é ainda de risco para a saúde pública.
Durante a noite, voltou a reacender-se o incêndio do reator quatro, que viria a ser extinto.

O Japão começa a ser acusado pelos especialistas internacionais de ter minimizado a gravidade da situação.

Tóquio mantém o risco nuclear no nível quatro numa escala de sete; em França, a autoridade de segurança nuclear garante que o incidente já está ao nível seis.

Para a Cruz Vermelha, Tóquio é segura e não há risco nuclear global


Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) afirmou nesta quarta-feira (16) que Tóquio é um lugar seguro, diante dos temores de um eventual aumento dos níveis de radioatividade na capital japonesa após as explosões registradas na usina nuclear de Fukushima.

"A conclusão é que Tóquio é seguro", disse em entrevista coletiva o secretário-geral adjunto da organização humanitária, Matthias Schmale, perguntado sobre os riscos de contaminação para a população por causa do desastre em Fukushima, decorrente do terremoto seguido de tsunami que atingiu o Japão na última sexta-feira.

"Sabemos que fora da zona de exclusão (30 quilômetros ao redor da usina nuclear de Fukushima) os níveis de radioatividade são manejáveis e não há um risco global", destacou o responsável da FICV.

No entanto, ele ressaltou que a situação no Japão muda constantemente e essa avaliação pode eventualmente ser alterada.

Schmale esclareceu também que não há equipes da Cruz Vermelha nacional dentro do perímetro mencionado, e por isso "não há informações de primeira mão sobre o que acontece ali".

O responsável de Comunicação Pública da FICV, Paul Conneally, destacou que, durante "as próximas três semanas", persistirão as dificuldades na resposta de emergência à devastação deixada pelo terremoto e posterior tsunami de sexta-feira passada.

Isso por causa de múltiplos fatores, como o cansaço que as equipes de resgate vão acumulando, as incertezas sobre as consequências dos acidentes em usinas nucleares e os problemas para se ter acesso a certas áreas atingidas pela catástrofe.

Conneally sustentou que um fator adicional que complica a situação é a idade avançada de grande parte da população - 30% dos japoneses são maiores de 60 anos.

Schmale explicou que a Cruz Vermelha japonesa conta com 2 milhões de pessoas treinadas, que já estão colaborando em trabalhos diversos, como preparação de alimentos, distribuição de ajuda de emergência e limpeza de escombros.

Japão utilizará jatos de água para esfriar reator em Fukushima


TÓQUIO — As autoridades japonesas vão recorrer a caminhões-cisterna equipados com jatos de água para tentar resfriar o reator número 4 da usina nuclear de Fukushima, indicou nesta quarta-feira o canal pública de televisão NHK.

Este novo recurso será colocado em prática depois do fracasso da tentativa de jogar água no reator através de um helicóptero militar, opção descartada devido ao alto nível de radioatividade.

Um artefato especial da polícia municipal de Tóquio será enviado nesta quarta-feira ao local para organizar a ação inédita.

O reator número 4 da central nuclear Fukushima, que o operador da central tenta esfriar desesperadamente, sofreu um incêndio na terça-feira.

A forte radioatividade na central nuclear japonesa de Fukushima impediu nesta quarta-feira a aproximação do helicóptero que tinha a missão de jogar água sobre o reator 4, para resfriar o combustível que ameaça entrar em fusão, informou o canal de televisão NHK.

A companhia Tokyo Electric Power, que opera esta usina nuclear danificada pelo terremoto seguido de tsunami da última sexta-feira, tentou usar um helicóptero para evitar que o combustível do reator 4 entre em fusão, provocando um acidente nuclear potencialmente catastrófico.

Entretanto, segundo informações do NHK, o nível elevado de radioatividade não permitiu que o helicóptero se aproximasse o suficiente para despejar água sobre o reator


Cresce receio de agravamento de crise nuclear no Japão

Há muito pouca gente nas ruas de Tóquio esta terça-feira, porque cresce o receio em relação ao agravamento da crise nuclear depois do vento ter começado a transportar para a capital japonesa partículas radioativas libertadas durante uma nova explosão na central nuclear de Fukushima. As autoridades admitem que os níveis de radioatividade detetados na capital japonesa são muito superiores ao normal, o que significa perigo para a saúde pública. Porém, os cortes de energia são outro fator que leva as pessoas a ficarem em casa, como explica o enviado especial da Rádio e Televisão de Portugal ao Japão, jornalista Carlos Daniel.
 


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Mais uma entrevista no Sapo, onde foram abordadas algumas questões interessantes. O entrevistado foi o Prof. João Seixas, especialista em Física de Particulas Elementares e professor no Departamento de Física do IST:

Até onde pode chegar o perigo de Fukushima?
16 de Março de 2011, 14:38

O risco de um colapso nuclear, provocado pelo terramoto seguido de tsunami que atingiu o Japão na última sexta-feira, trouxe à tona o pesadelo de Tchernobyl, cujos efeitos persistem até os dias de hoje.

Em Fukushima, o perigo de um acidente na central nuclear é cada vez maior. Os trabalhadores já foram sujeitos a níveis de radiação letal e poderão ter poucas hipóteses de saírem ilesos. A fuga radiológica pode causar-lhes a morte ou doenças crónicas.

Apesar de especialistas garantirem que o desastre ucraniano não se repetirá em solo japonês, o porta-voz do governo francês, François Baroin, já afirmou que no pior cenário possível o acidente nuclear no Japão pode ter um "impacto superior a Tchernobyl".

A iminência de um desastre nuclear e a ameaça de contaminação radioactiva provocada pelas explosões relançou o debate na comunidade internacional sobre a energia nuclear. Para falar um pouco sobre esta questão teremos em directo no SAPO João Seixas, especialista em física de partículas elementares e responsável pelo grupo português na experiência do acelerador de partículas LHC (Large Hadron Collider) do CERN (Organização Europeia para a Investigação Nuclear).

Entrevista:
quarta 16 de março de 2011
3:36 SAPO Notícias: Bom dia. Hoje temos connosco João Seixas, especialista em física de partículas elementares e professor no departamento de Física do Instituto Superior Técnico. Podem colocar as vossas questões.

quarta 16 de março de 2011 3:36
3:36 [Comentário de Jose Carvalho Jose Carvalho : ]
Sabe-se com rigor o que se está a passar no Japão?

quarta 16 de março de 2011 3:36 Jose Carvalho
3:40 João Seixas: Saber em rigor, exactamente, não. Temos uma ideia muito aproximada do que se está a passar. Isto prque só é possivel fazer uma avaliação completamente correcta cerca de 36 horas depois do incidente. Para terem uma ideia, exactamente o que aconteceu em Three Mile Island só se soube muito tempo depois por várias razões, é preciso deixar a radioactividade baixar por exemplo. No Japão estamos atrás 40 anos em termos de tecnologia e isso faz toda a diferença. A informação é disseminada muito mais rapidamente, não é Tchernobyl. No Japão, o mundo pôde saber quase imediatamente o que se estava a passar e as medidas que estavam a ser tomadas.
Acima da escala 2 deixa de ser um incidente e passa a ser um acidente e no Japão estamos na escala 6, um acidente grave. Mesmo assima taxa de radiação que é emitida não tem nada a ver com o caso de Tchernobyl


quarta 16 de março de 2011 3:40
3:41 SAPO Notícias: Poderá Fukushima ser uma nova Tchernobyl?


quarta 16 de março de 2011 3:41
3:43 JS: Até agora não. Não tem o mesmo nivel de gravidade porque o reactor de Tchernobyl era um reactor aberto, com um moderador que era água. Estes, de Fukushima, estão fechados num invólucro que protege todo o core do reactor do exterior. Pode haver uma racha no invólucro mas até agora ainda não houve indicações de problemas muito graves em termos de quantidade de material radioactivo que tenha saído.

quarta 16 de março de 2011 3:43
3:44 [Comentário de Nuno Ramalho Nuno Ramalho : ]
é possivel ter contaminação de alimentos que sejam importados do Japão?

quarta 16 de março de 2011 3:44 Nuno Ramalho
3:46 JS: À partida poderia se o governo japonês não impusesse imediatamente uma proibição do consumo para os próprios japoneses dos produtos alimentares produzidos nessa zona. Para se ter uma ideia, aquando do acidente de Tchernobyl países como a Itália, Polónia ou outros, proibiram ou desaconselharam imediatamente o consumo de produtos alimentares que tenham sofrido irradiação. Tendo em vista a atitude dos responsáveis japoneses, isso já aconteceu seguramente e ninguem, no seu estado de espírito são, vai pensar sequer nessa possibilidade.

quarta 16 de março de 2011 3:46
3:46 [Comentário de lena lena : ]
É possível a nuvem de radioactividade chegar até Portugal?

quarta 16 de março de 2011 3:46 lena
3:48 JS: A radioactividade vai estar na atmosfera mas essa nuvem vai alargar-se com o tempo. O que significa que não vai haver problema. Mais uma vez, no caso de Tchernobyl, que foi muitissimo mais grave e muito mais perto, a nuvem radioactiva nunca afectou Portugal.

quarta 16 de março de 2011 3:48
3:48 [Comentário de José José : ]
Boa tarde Sr João. Parece quase certo que a fusão dos núcleos já aconteceu em 3 dos reactores. Sendo isso certo, quanto tempo poderá aguentar o "caixão" que os envolve?

quarta 16 de março de 2011 3:48 José
3:51 JS: A questão não é exactamente o "aguentar o caixão". O problema é que quando os núcleos se fundem um dos efeitos é o combustivel depositar-se no fundo do "caixão". Isso só é grave porque é mais dificil controlar a reacção do combustivel e é mais dificil arrefecer o reactor. É fundamental nestas condições que não haja nenhuma quebra do invólucro, nesse caso é que haverá derramamento de material altamente radioactivo.

quarta 16 de março de 2011 3:51
3:51 [Comentário de ANA ANA : ]
Estamos perante um cenario ainda pior que chernobly? quais as consequencias a curto e longo prazo?

quarta 16 de março de 2011 3:51 ANA
3:53 JS: Não. E infelizmente terei de responder de forma um pouco mais técnica. O problema é que a escala do nível de acidente é logaritmica, o que quer dizer que quando passamos de um nível para outro o nível seguinte é 10 vezes pior do que o anterior. Portanto um acidente tipo Tchernobyl é 10 vezes pior do que este, no estado actual do nosso conhecimento.

quarta 16 de março de 2011 3:53
3:53 [Comentário de Nuno Nuno : ]
Boa tarde. Há uma coisa que eu não entendo. Não é possível simplesmente desligar aquilo? Obrigado.

quarta 16 de março de 2011 3:53 Nuno
3:58 JS: Mais uma vez uma pergunta que necessita de um bocadinho de técnica. O problema é o seguinte: um reactor nuclear funciona através de radioactividade o que quer dizer que a transformação de um núcleo atómico noutro ou outros, que fornece a energia depois usada para produzir pro exemplo electricidade. Esta transformação é um processo quântico e portanto probabilistico. Os produtos que existem dentro do core do reactor demoram um certo tempo a transformar-se uns nos outros, um tempo medido através de uma quantidade chamada semivida. Portanto, até todos esses processo de transformação pararem o reactor não pára, continua a produzir energia ou "calor". Tipicamente um reactor demora cerca de 10 dias até à total paragem em condições normais. Neste caso (Japão) como o controlo pode nãos er tão perfeito, pode demorar mais tempo. Mas um reactor não se desliga com uma chave, porque há razões de segurança para não o fazer e porque não pode ser feito.

quarta 16 de março de 2011 3:58
3:59 [Comentário de Marco Marco : ]
Qual a probabilidade de haver um acidente nuclear pior que o de Chernobyl ??????

quarta 16 de março de 2011 3:59 Marco
4:03 JS: Esta é uma boa pergunta mas a resposta não vai ser exactamente apenas sobre isto. Convém saber que a tecnologia nuclear tem quase 100 anos de vida desde que os físicos descobriram a radioactividade e como em todas as coisas aprendemos com os erros. Quando um engenheiro programa uma central faz uma avaliação dos riscos, em função do que já sabe, e aplica um factor de segurança adicional que, no caso das centrais nucleares, é draconiano. Seguramente, um acidente como o de Tchernobyl hoje é impossivel, nos termos em que ocorreu na altura. Nada impede, todavia, que um meteorito de 100 mil toneladas caia em cima de uma central mas nesse caso nada escapa à volta. Portanto nós temos sempre de nos precaver para o pior mas isso não significa que nos tenhamos conseguido preparar para os eventos que estejam muitissimo fora do que é expectável.

quarta 16 de março de 2011 4:03
4:03 [Comentário de Jose Carvalho Jose Carvalho : ]
As ultimas imagens das televisões mostraram helicopteros a despejar água. Pelo que julgo saber os nucleos estão em cubas, isolados e dentro de liquido que refrigera. Como é possivel dessa forma arrefecer o que quer que seja a não ser que esses nucleos já estejam expostos? Na eventualidade de estarem expostos a quantidade de radioactividade não atingiu já valores muito superiores aos divulgados?

quarta 16 de março de 2011 4:03 Jose Carvalho
4:06 JS: Primeiro, a água é uma das substâncias com maior capacidade calorífica. O clima ameno de Portugal, controlado pelo Oceano, é prova disso. Portanto, se queremos arrefecer algo a água é uma boa solução. O facto de os invólucros ainda estarem intactos ou quase, não significa que estejam frios...vão estar a uma determinada temperatura que pdoe ser diminuida com água. Se deixarmos todo o invólucro arrafecer em ar, isso demorará muito mais tempo a acontecer. Deitando água do lado de fora, estamos a transportar o calor para fora da superficie de contacto com o exterior e arrefecer todo o invólucro e o qu está lá dentro.

quarta 16 de março de 2011 4:06
4:07 [Comentário de Sara Sara : ]
Qual o motivo porque Portugal não entrou até hoje na energia nuclear?

quarta 16 de março de 2011 4:07 Sara
4:10 JS: Julgo que o principal motivo é psicológico. Acontece em todos os países que não têm nuclear, até este momento. No entanto temos de ser objectivos e observar tudo isto com algum distanciamento. Tenho de fazer uma primeira observação, que eu próprio não sou um defensor incondicional do nuclear. No entanto, é impossível manter as necessidades actuais da nossa sociedade, em termos energéticos (até por uma questão de sustentabilidade), baseados no petróleo. Os últimos meses mostram que não é só o problema do petróleo ir acabar mais tarde ou mais cedo, vai acontecer também que ele se vai tornar, pelo preço, economicamente inviável para uso generalizado. Não temos, a menos que mudemos radicalmente os nossos hábitos de vida, escapatória ao nuclear.

quarta 16 de março de 2011 4:10
4:11 [Comentário de luis luis : ]
que risco corre portugal e os portugueses????

quarta 16 de março de 2011 4:11 luis
4:11 [Comentário de filipe filipe : ]
Quais os efeitos dessas radiações nas pessoas?obg

quarta 16 de março de 2011 4:11 filipe
4:16 JS: O acidente de Tchernobyl, mais uma vez, serve de indicação. Sabíamos o que acontecia a pessoas expostas a grandes quantidades de radiação: nesse caso, a morte ocorre muito rapidamente ou num espaço até uma semana. O problema destes acidentes, como o de Tchernobyl, é que as pessoas são expostas durante um largo intervalo de tempo a uma radiação acima do que deveriam normalmente estar. Mais uma vez, a interacção da radiação com a matéria é um processo quântico, probabilista, em que partículas como electrões, partícula alfa (núcleos de hélio), vão embater contra moléculas orgânicas alterando a sua estrutura. Essa alteração pode destruir completamente a molécula ou simplesmente alterar a sua estrutura, ou seja, uma mutação. Isso revela-se como um aumento muito grande de cancros, que correspondem a mutações, ou a defeitos genéticos que podem ser propagados à geração seguinte. Isso, aliás, é observado ainda hoje em locais como Nagasaki ou nas imediações de Tchernobyl.

quarta 16 de março de 2011 4:16
4:17 [Comentário de Paulo Resende Paulo Resende : ]
O que vai acontecer as pessoas que neste momento estão a tentar combater este acidente? E será esta uma reviravolta mundial para o uso de energias alternativas ou apenas mais um acidente que com o passar do tempo será esquecido. E para terminar, em caso de colapso total e haver uma fusão nuclear descontrolada, a que vamos assistir e quais as consequências para a zona e para o resto do mundo?

quarta 16 de março de 2011 4:17 Paulo Resende
4:22 JS: Em primeiro lugar, isto não é uma reacção de fusão nuclear. Não vai haver uma explosão nuclear. Apenas um eventual aumento significativo da radiação naquela área.
As energias alternativas não são, infelizmente neste momento, ainda uma alternativa viável ao nosso estilo de vida que consome muito mais energia do que essas energias podem fornecer. Nesse sentido, a opção ao petróleo não são, ainda, as energias alternativas, como já disse antes. Mas, como já referi, a energia nuclear está no nosso horizonte se mantivermos o estado que temos agora. A única maneira de escapar é pensar sériamente na estrutura energética da nossa sociedade.
Em relação às pessoas que estão a tentar combater o acidente, estão obviamente monitorizadas em termos de radiação e serão expostas à radiação ou retiradas consoante a dose de radiação a que estiverem expostas. Isso é uma diferença grande em relação a Tchernobyl porque muitos dos soldados que estiveram na zona a combater o acidente nem faziam ideia da quantidade de radiação que estavam a absorver (e também ninguém lhes disse).

quarta 16 de março de 2011 4:22
4:22 [Comentário de JoaoN JoaoN : ]
A radiação irá afectar Portugal directamente?

quarta 16 de março de 2011 4:22 JoaoN
4:23 JS: A resposta é simples, não.

quarta 16 de março de 2011 4:23
4:23 [Comentário de Guest Guest : ]
a radioactividade depois de ser absorvida pelo organismo pode ser transmitada a terceiros?

quarta 16 de março de 2011 4:23 Guest
4:25 JS: A radioactividade não é uma doença como uma constipação. São núcleos que se estão a transformar dentro do organismo mas isso não é algo que se "pegue". Pode acontecer que uma pessoa esteja numa zona radioactiva e tenha, por exemplo, as mãos sujas e toque noutra pessoa passando-lhe material radioactivo. Mas isso não é a mesma coisa que uma doença contagiosa. Por isso é que qualquer pessoa que esteja exposta numa zona de grande radioactividade, a primeira coisa que lhe fazem é lavá-la muito bem lavada.

quarta 16 de março de 2011 4:25
4:26 [Comentário de Marco Marco : ]
O que está a ser feito para evitar o pior ?

quarta 16 de março de 2011 4:26 Marco
4:29 JS: Tudo, literalmente tudo. A primeira coisa óbvia é arrefecer o core. A segunda coisa óbvia, para evitar vítimas, é retirar as pessoas da zona. E é evidente que, perante um problema como este, em condições que estão longe de ser usuais, os engenheiros e os físicos têm que usar soluções fora do comum para resolver a situação. Se seguirem as notícias com cuidado, verificarão que existem soluções que estão a ser postas aqui, que nunca foram testadas. Mas são usadas porque se tenta fazer tudo literalmente para resolver o problema.

quarta 16 de março de 2011 4:29
4:29 SAPO Notícias: Estamos a terminar, uma última questão.

quarta 16 de março de 2011 4:29
4:29 [Comentário de Luís Barros Luís Barros : ]
Segundo entendi, em Chernobyl o acidente foi com 1 reactor. Agora no Japão existe o perigo de um acidente similar com mais do que 1 reactor (visto que já houve explosões em, pelo menos, 2)?

quarta 16 de março de 2011 4:29 Luís Barros
4:34 JS: Em primeiro lugar, acidente como o de Fukushima devem servir para pensarmos todos se o nosso estilo de vida é sustentável. A discussão do nuclear tem de passar por aí e as nossas decisões têm de resultar dessa discussão. Em relação à questão da comparação entre Tchernobyl e Fukushima, existem duas diferenças essenciais: a primeira é que em Tchernobyl houve um excesso de confiança relativamente ao controlo da central. Depois do acidente nunca mais ninguém teve isso. Em segundo lugar, a central de Tchernobyl era aberta com um moderador de grafite (carvão). A grafite tem o péssimo hábito de se incendiar a altas temperaturas o que ajudou a intensificar em muito o acidente de Tchernobyl. Nenhuma dessas condições existe em Fukushima. Para além do mais, o Japão adoptou uma atitude aberta relativamente ao acidente estando tudo a ser monitorizado e pensado em conjunto com a Agência Internacional Nuclear, e isso faz toda a diferença. O acidente será, por todas as razões e mais uma, menos grave do que o de Tchernobyl.
quarta 16 de março de 2011 4:34

4:35 SAPO Notícias: Termonamos assim a nossa conversa. Agradecemos a participação do Professor João Seixas.
quarta 16 de março de 2011 4:35

4:36 JS: Acho que devemos demonstrar solidariedade com o Japão mas, apesar de tudo, devemos agir com calma. Não há nenhum perigo para Portugal e devemos, por isso mesmo, descansar relativamente a este problema.
http://noticias.sapo.pt/info/artigo/1137443.html
 

Vince

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Valeu pela força galera!

Análises de hora a hora, e média, mínimo e máximo dos últimos dias aí em Nagano:
http://www.pref.nagano.jp/kankyo/kansei/houshanou/houshanou.htm

Os dados estão em microsievert: μSv/hora
Alguma dúvida de como interpretar os valores diz (vê o esquema em baixo) por exemplo os valores de hoje para aí foram em média de 0.093μSv/hora, se estiveres um mês inteiro com esses valores, são 0.093 μSv x24 horas x30 dias = 67μSv/mês, pouco mais do que apanhas numa única radiografia ao toráx numa ida ao médico (50μSv). Ou seja, apesar dos valores estarem acima do normal antes do acidente, para já nada de preocupante em termos de saúde nessa zona. Vi que esteve aí a nevar , evitar apanhar chuva ou neve, as coisas podem estar mais concentradas.

Análises também no site do Ministério da Educação:
http://www.mext.go.jp/a_menu/saigaijohou/index.htm
Mirror no Yahoo: http://eq.yahoo.co.jp/

Notícia de uma conferência de imprensa hoje de manhã das autoridades de Nagano
http://www.shinmai.co.jp/news/20110316/KT110316FSI090011000022.htm

Mais notícias de Nagano:
http://www.shinmai.co.jp/news_list.htm

Orientações da agência de segurança nuclear
http://www.nisa.meti.go.jp/genshiryoku/bousai/taio.html

Orientações do Instituto de ciências radiológicas
http://www.nirs.go.jp/


Alguns conteúdos tem vindo a ser traduzidos por estudantes voluntários para os estrangeiros a residir no Japão

http://eq.wide.ad.jp/index_en.html


expx.gif

http://eq.wide.ad.jp/files_pt/110315houshasen_pt.pdf




Sobre o Iodeto de potássio, parece que andam no Japão emails (chain-letters) a recomendar ou vender produtos suspeitos, está atento, só deve ser tomado o indicado e apenas em caso de necessidade, adquirir nas instituições de saúde, nos links em cima há muitos telefones de contacto para esclarecimentos. Normalmente será distribuído à população caso seja necessário, mas se fosse comigo gostaria de ter em stock ...

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http://www.nirs.go.jp/data/pdf/english.pdf


27264042.gif

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http://www.nirs.go.jp/data/pdf/jyosen_e_2.pdf
 

irpsit

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Tem havido um bocado de histeria colectiva, há razões para preocupação e riscos de uma catastrofe, mas de momento, os níveis de radiação estão seguros.

Há muita gente a ler contadores Geiger no Japão.

Os níveis normais, dependendo da radioactividade natural de um local, são entre 5 e 60 cpm (o normal é geralmente à volta dos 10-20 cpm, mas há locais com mais radioactividade) Níveis acima dos 120 cpm são motivo de alerta, mas ainda assim sem perigo, sem consequências para a saúde.

Em Tóquio a maioria dos contadores mede hoje entre 20 e 30 cpm (níveis seguros), anteontem estava nos 10 a 20 cpm, e ontem registou um pico nos 40 cpm.

http://park18.wakwak.com/~weather/geiger_index.html

Para já, não é razão para alarme (embora obviamente a situação seja preocupante, pois os valores podem mudar se muita radiação escapar subitamente)

Isto corresponde a cerca de 0.2 uSv/h (20 cpm). É uma dose 100 vezes do que a dose mínima necessária para causar riscos de cancro (100 mSv/ano, ou 11 uSv/h, ou 1100 cpm).

E só a 250 uSv/h é que a radiação causa sintomas imediatos.

Junto à central, as medições tem sido muito mais elevadas. Os reactores tem registado valores entre os 8 e 10 mSv/hora (o equivalente a levar um CT scan durante uma hora, suficiente para causar riscos de cancro, mas sem causar sintomas), embora esta manhã o reactor 3 tenha apresentando uma leitura de 1000 mSv/hora. Ou seja, perante este pico, uma exposição de uma hora causava já vários danos nos orgãos (recuperáveis). Chernobyl tinha tido entre 10.000 e 300.000 mSv/hora.

Sigam http://elmainjapan.blogspot.com/2011/03/geiger-counters.html

Vários locais do Japão registam valores à volta dos 20 cpm, absolutamente seguros. Nova Yorque até tem mais radiação (40 cpm)! (também absolutamente normal)

E desta é que fiquei a saber que receber a quantidade de radiação de 10 vezes superior a um CT durante uma hora, é suficiente para causar efeitos físicos, e danos no corpo e no sangue.

- É perigoso estar agora em Tóquio? Não, de maneira nenhuma. É ainda mais saudável do que estar em NYC.
- É perigoso receber um CT durante uma hora? Possivelmente, é comparável à radiação média nos reactores de Fukushima, cerca de 5000 vezes mais radiação que em Tóquio. Isto causa um risco mínimo de cancro, sem sintomas físicos.
- Os reactores registaram porém um pico de 100 vezes mais radiação esta manhã (cerca de 500 000 vezes mais radiação que em Tóquio), o suficiente para causar danos físicos imediatos (recuperáveis).
 

algarvio1980

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Director da AIEA vai deslocar-se ao Japão e diz que a situação é “muito grave”
Radiação “muito elevada” em Fukushima 1


O director da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) vai ao Japão nesta quinta-feira e diz que a situação é “muito grave”. A Autoridade de Regulação Nuclear norte-americana detectou níveis de radiação “muito elevados”, o reactor 4 da central ficou sem água e os 2 e 3 ficaram muito danificados.

É uma corrida contra o tempo para evitar uma catástrofe nuclear. O director da AIEA, Yukiya Amano, quer ter informação em primeira mão sobre o que está a acontecer na sequência do sismo e do tsunami que devastaram o Nordeste do Japão e causaram danos significativos na central nuclear, onde já houve incêndios e explosões em quatro reactores. “É diferente receber dados por email ou sentarmo-nos a trocar informações”, disse em conferência de imprensa. Por isso decidiu deslocar-se a Tóquio, onde espera ter encontros ao mais alto nível.

As piscinas dos reactores 3 e 4 da central de Fukushima 1 ficaram danificadas após os incêndios nestes reactores. É aí que foram depositadas as barras de combustível nuclear usado, para serem arrefecidas, mas o facto de as piscinas terem ficado danificadas aumentou o perigo de catástrofe.

A piscina do reactor 4 perdeu toda a água, o que aumentou a radiação para níveis “extremamente elevados”, explicou Gregory Jaczko, presidente da Comissão Reguladora da Energia Nuclear norte-americana, citado pela AFP. Isso poderá pôr em causa as operações de socorro” no local para evitar a catástrofe. “As doses de radiação que poderiam receber poderão ser potencialmente letais num curto período de tempo.”

“Pensamos que o vaso de contenção secundário foi destruído, que não há mais água na piscina para os combustíveis usados”, explicou Jaczko. A estrutura que envolve o reactor foi danificada por dois incêndios e a piscina acabou por ficar “quase a céu aberto”. A temperatura que habitualmente ronda os 30 graus Celsius aumentou para cerca de 80 graus e o grande desafio é agora manter as barras de combustível submersas para evitar evaporação. Mas a manutenção da água e o arrefecimento estão a ser tarefas muito complicadas.

Hoje, um helicóptero não conseguiu lançar água sobre o reactor 3, devido aos níveis de radioactividade sobre a central. O aparelho seguira de Sendai para Fukushima esta tarde (manhã em Lisboa), com um reservatório de água semelhante aos que são empregues em Portugal no combate a incêndios. Mas os níveis de radiação sobre o reactor 3 ultrapassavam os 50 milisieverts, que é o limite de exposição para os militares em missão, segundo a televisão japonesa NHK.

As autoridades japonesas anunciaram que iam empregar canhões de água, como os que são utilizados em distúrbios com multidões, numa tentativa desesperada para arrefecer os reactores nucleares da central de Fukushima 1 e evitar o alastrar de fugas de radioactividade. Outra alternativa são bombas de água de alta pressão vindas dos Estados Unidos. O Governo japonês reconheceu a necessidade de pedir a cooperação do Exército americano para evitar uma catástrofe nuclear.

EUA aconselham evacuação num raio de 80 quilómetros

Os Estados Unidos aconselharam os norte-americanos que vivem num raio de 80 quilómetros da central nuclear de Fukushima, palco do que já é o segundo maior desastre nuclear de sempre, a abandonarem o local ou permanecerem dentro das suas casas. A secretária de Estado Hillary Clinton disse hoje, durante uma visita ao Egipto, que se trata de uma medida de "precaução".

O Governo japonês tinha assegurado, nesta quarta-feira de manhã, que para além de 20 quilómetros da central não havia, para já, riscos para a saúde. A Organização Mundial de Saúde falou em 30 quilómetros.

Os Estados Unidos enviaram ontem equipamento e 34 técnicos especializados para medir nos níveis de radioactividade no Japão. Mas Washington diz que não desconfia dos dados que o Japão tem vindo a fornecer. “A liderança em lidar com a crise é dos japoneses”, disse hoje o porta-voz da Casa Branca, citado pela agência Reuters.

Também o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico aconselhou os cidadãos do Reino Unido que vivem a Norte de Tóquio e na capital japonesa a “deixar a região”. De acordo com um comunicado do Foreign Office, o aviso é dado “tendo em conta a evolução da situação na central nuclear de Fukushima 1 e as potenciais perturbações no que se refere a aprovisionamento, transportes, comunicações, energia e outras infra-estruturas”. Também é desaconselhada qualquer viagem a Tóquio que não seja considerada essencial.Vários países, incluindo Portugal, aconselharam os seus nacionais a considerarem deixar o Japão ou deslocarem-se para o sul do país. As reacções sugerem o temor de que a situação na central de Fukushima, onde ocorreram três explosões, dois incêndios e fugas radioactivas dos reactores, esteja fora de controlo. O comissário europeu da Energia, Günther Oettinger, disse hoje esperar que haja evoluções “catastróficas” nas próximas horas.

Fonte: Publico

A situação é muito preocupante no Japão.
 

Snifa

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O chefe da comissão de regulação nuclear (NRC) dos Estados Unidos afirmou esta quarta-feira que se tinha evaporado toda a água que estava no tanque do combustível do reactor 4 da central nuclear japonesa com mais problemas, noticia a AP.

Os reactores 3 e 4 da central nuclear de Fukushima Daiichi são os que mais causam preocupação. No reactor 4, a temperatura crescente do combustível nuclear fez evaporar a água da piscina de arrefecimento, que impede as barras de combustível de sobreaquecerem. Isto significa que não haverá nada que impeça as cargas de combustível de, por fim, entrarem em fusão.

O invólucro externo das cargas também se pode inflamar e ganhar força suficiente para lançar o combustível radioactivo dentro de uma área extensa.

Gregory Jaczko não adiantou como é que obteve a informação, mas tanto a NRC como o Ministério norte-americano da Energia têm técnicos no complexo nuclear de Fukushima Daiichi, que conta com seis reactores.

Adiantou ainda que os peritos acreditam que os níveis de radiação poderão ser muito elevados", a um nível "potencialmente letal", facto que dificulta ainda mais a permanência dos trabalhadores de emergência que estão no local.

O reactor 3, por funcionar com plutónio, é a outra prioridade na direcção de esforços para controlar os efeitos dos danos provocados na sequência do sismo que abalou o Japão na sexta-feira.

http://www.jn.pt/Dossies/dossie.asp...sier=Terramoto%20no%20Jap%E3o#AreaComentarios
 

Snifa

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Como funciona uma centrar nuclear e seus reactores:

 
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Vince

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Os valores aí em Nagano baixaram desde ontem, resta saber se apenas pela direcção do vento ou se até é um mau sinal, de que deixaram de conseguir pôr agua nos reactores e não tem havido emissão de vapor radioactivo. Mas estes sem água podem fundir, se é que já não fundiram parcialmente.

Atirar água de helicóptero parece já uma atitude desesperada, está bom de se ver que isso pouco adianta.




As esperanças parecem depositadas numa linha eléctrica que estão a reconstruir, para depois alimentarem bombas de água potentes ou mesmo tentarem restabelecer o circuito de refrigeração nos menos afectados pelas explosões. Mas em que condições de radiação tudo isso vai ser feito ? Provavelmente com bastante risco para a saúde e vida dos envolvidos.
 
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duero

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23 Dez 2009
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Mais uma entrevista no Sapo, onde foram abordadas algumas questões interessantes. O entrevistado foi o Prof. João Seixas, especialista em Física de Particulas Elementares e professor no Departamento de Física do IST:


http://noticias.sapo.pt/info/artigo/1137443.html

Julgo que o principal motivo é psicológico. Acontece em todos os países que não têm nuclear, até este momento. No entanto temos de ser objectivos e observar tudo isto com algum distanciamento. Tenho de fazer uma primeira observação, que eu próprio não sou um defensor incondicional do nuclear. No entanto, é impossível manter as necessidades actuais da nossa sociedade, em termos energéticos (até por uma questão de sustentabilidade), baseados no petróleo. Os últimos meses mostram que não é só o problema do petróleo ir acabar mais tarde ou mais cedo, vai acontecer também que ele se vai tornar, pelo preço, economicamente inviável para uso generalizado. Não temos, a menos que mudemos radicalmente os nossos hábitos de vida, escapatória ao nuclear.

As energias alternativas não são, infelizmente neste momento, ainda uma alternativa viável ao nosso estilo de vida que consome muito mais energia do que essas energias podem fornecer. Nesse sentido, a opção ao petróleo não são, ainda, as energias alternativas, como já disse antes. Mas, como já referi, a energia nuclear está no nosso horizonte se mantivermos o estado que temos agora. A única maneira de escapar é pensar sériamente na estrutura energética da nossa sociedade.

Em primeiro lugar, acidente como o de Fukushima devem servir para pensarmos todos se o nosso estilo de vida é sustentável. A discussão do nuclear tem de passar por aí e as nossas decisões têm de resultar dessa discussão.



:thumbsup::cheers::palmas:

NO QUEREMOS NUCLEARES, SON PELIGROSAS.

NO QUEREMOS MOLINOS DE VIENTO, DESTROZAN LAS MONTAÑAS.

NO QUEREMOS TÉRMICAS DE CARBÓN, CONTAMINAN EL AIRE.

NO QUEREMOS EMBALSES (BARRAGENS), INUNDAN LOS VALLES.

NO QUEREMOS BARCOS DE PETROLEO, PRODUCEN ACCIDENTES (PRESTIGE).



Mas todos queremos llegar a casa, encender la luz, la televisión, la radio, el pc, la lavadora, tener automovil, viajar en avión, etc.....
 

Vince

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Ponto de situação:

Q+A: Risks at each reactor of Japan's stricken plant explained
The following summarizes what is happening at each unit, and the major risks:


WHICH REACTORS ARE MOST AT RISK?


REACTOR No 3: 784-MW (Manufacturer Toshiba)

-- What is happening:
Helicopters and trucks were used to water down reactors as authorities reiterated on Thursday that resolving problems at the plant -- the only unit to include plutonium in its fuel mix -- was the priority.

White smoke coming from the plant could be steam evaporating from the spent fuel pool, the Japan nuclear agency said on Thursday. It said pressure in the reactor was rising again.

Radiation readings at the reactor are the highest at the Daiichi complex, TEPCO said on Wednesday.

There was an explosion at reactor 3 on Monday.

-- What are the risks:
The major concern is that any steam coming from the plant will carry radiation into the atmosphere. It's not clear where this could be coming from.

Chief Cabinet Minister Yukio Edano said on Wednesday there is a "possibility" the primary containment vessel, the first line of defense against a radiation leak, had been damaged, Kyodo reported. The reactors also have a secondary containment building. (see below: CONTAINMENT -- WHAT IS IT?)

However, the Japan nuclear agency noted the steam could be coming from the spent fuel pool. That would indicate that water covering the spent fuel is evaporating, which in turn could mean the vapor is carrying off radiation.

The spent fuel pool presents a significant radiation risk if its contents are exposed to the atmosphere. When fuel rods are exposed to the air, zirconium metal on the rods will catch fire, which could release radiation contained in the fuel, said Arnie Gundersen, a 29-year veteran of the nuclear industry who is now chief engineer at Fairwinds Associates Inc.

Plutonium is considered more hazardous than uranium.



REACTOR No 4: 784-MW (Manufacturer Hitachi)

-- What is happening:
There is no water in the spent fuel pool and radiation levels are extremely high, the chairman of the U.S. Nuclear Regulatory Commission said in Washington on Wednesday.

However, TEPCO said on Thursday that as of Wednesday the spent fuel pool still had water in it.

TV on Wednesday showed smoke or steam rising from the facility after flames were seen earlier in the day. The reactor had been shut down for maintenance when the earthquake and tsunami struck.

On Tuesday, the spent fuel pool caught fire and caused an explosion. Japan's nuclear safety agency says the blast punctured two holes around 8-metres square in the wall of the outer building of the reactor.

-- What are the risks:
Exposure of spent fuel to the atmosphere is serious because there is more radiation in the spent fuel than in the reactor, said Gundersen. The spent fuel pool is not inside a containment facility either.

"They need to keep water in those pools because the roof over the building housing the pools is already damaged and radiation will escape," he said.

The pools contain racks that hold spent fuel taken from the reactor. Operators need to constantly add water to the pool to keep the fuel submerged so that radiation cannot escape.

Exposing the spent fuel to the atmosphere will release radiation.



REACTOR No 2: 784-MW (Manufacturer: GE, Toshiba)

-- What is happening:
TEPCO plans to run a cable to reactors No 1 and No 2 to try to restore power to the water cooling system, the Japan nuclear agency said on Thursday.

An explosion rocked the plant on Tuesday, damaging a suppression pool, into which steam is vented from the reactor to relieve pressure. The roof of the reactor building is damaged, Jiji news agency reported.

TEPCO said on Tuesday the fuel rods were fully exposed. An estimated 33 percent of the nuclear fuel rods have been damaged at the No 2 reactor, Kyodo quoted TEPCO as saying on Wednesday.

However, on Wednesday, Japan's nuclear agency said the pumping of sea water into the reactor was proceeding smoothly.

-- What are the risks:
When fuel rods are no longer covered in coolant they can heat up and start to melt, raising the risk of a radiation leak and in a worst-case scenario a full meltdown.

The suppression pool is part of the primary containment vessel, which is designed to prevent a leak, but the IAEA said the blast "may have affected the integrity of its primary containment vessel."

Still, beyond the primary containment vessel is the containment building, which is also designed to prevent radiation from escaping.



REACTOR No 1: 460-MW (Manufacturer GE)

-- What is happening:
Japan's nuclear safety agency said on Thursday the reactor, along with units No 5 and No 6, was relatively stable for now.

Earlier on Thursday, it said that TEPCO planned to run a cable to reactors No 1 and No 2 to try to restore power to the water cooling system.

An explosion occurred at the reactor on Saturday. Kyodo quoted TEPCO as saying on Wednesday that an estimated 70 percent of the nuclear fuel rods have been damaged.

The Japan nuclear agency said on Wednesday the pumping of sea water into the reactor was proceeding smoothly.

-- What are the risks:
The IAEA said on Tuesday the primary containment vessel appeared intact. If the fuel rods in the reactor are not covered by coolant, they can heat up and start to melt.



REACTOR No 5: 784-MW (Manufacturer Toshiba)

-- What is happening:
The reactor is now being powered by a diesel generator shared with unit No 6.

The reactor had been shut down for maintenance at the time of the quake and tsunami.

TEPCO said on Wednesday water was being poured into the reactor and that temperatures in the spent fuel pool were rising slightly.

-- What is the risk:
Reactor 5 and reactor 6 are seen less at risk than reactors 1 to 4.



REACTOR No 6: 1,100-MW (Manufacturer GE, Toshiba)

-- What is happening:
The reactor is now being powered by a diesel generator shared with unit No 5.

TEPCO said on Wednesday water was being poured into the reactor and that temperatures in the spent fuel pool were rising slightly.

-- What is the risk:
Reactor 5 and reactor 6 are seen less at risk than reactors 1 to 4.



WHAT ARE THE RADIATION LEVELS, WIND DIRECTION?

-- Radiation levels were higher than normal but not dangerous, Japan's Nuclear and Industrial Safety Agency said on Thursday.

-- They were measured at 338 microsieverts per hour at the west gate at 2000 GMT March 16 (5 am local time March 17). If a person stands outdoors for a year, they would be exposed to a radiation level of 400 microsieverts, the agency said.

-- The wind is blowing northwest-to-southeast, toward the Pacific Ocean, Japan Meteorological Agency said.



CONTAINMENT -- WHAT IS IT?

Each reactor is surrounded by a primary containment vessel. This is made of strengthened steel four-to-eight inches thick. It provides the most critical line of defense against leaking radiation from the reactor.

Should there be a breach, there is another, final line of defense to prevent radiation leaks: a bigger containment building made of steel and concrete. A breach of the containment building would release radiation into the atmosphere.

(Compiled by World Desk Asia)
http://www.reuters.com/article/2011/03/17/us-japan-quake-fukushima-idUSTRE72G33Z20110317



Imagens de ontem:


57285434.jpg


54539284.jpg


(c) Digitalglobe



Um vídeo

 
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“A United Nations forecast of the possible movement of the radioactive plume coming from crippled Japanese reactors shows it churning across the Pacific, and touching the Aleutian Islands on Thursday before hitting Southern California late Friday,” reports the New York Times.

“Health and nuclear experts emphasize that radiation in the plume will be diluted as it travels and, at worst, would have extremely minor health consequences in the United States, even if hints of it are ultimately detectable. In a similar way, radiation from the Chernobyl disaster in 1986 spread around the globe and reached the West Coast of the United States in 10 days, its levels measurable but minuscule.”

The same people telling us that the levels are miniscule and the radiation “harmless,” are from the same organizations who assured us that the Chernobyl disaster only killed 9,000 people, when in reality it exposed 550 million Europeans, and 150 to 230 million others in the Northern Hemisphere to notable contamination and led to nearly a million deaths.

http://stevenjohnhibbs.wordpress.com/

http://www.nytimes.com/2011/03/17/science/17plume.html?_r=1
 
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Mário Barros

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Re: Sismo 9.0 e Tsunami no Japão/Pacífico - 11 Março 2011

Então mas afinal quando é que os reactores arrefecem em definitivo, se a central está desligada, os reactores continuam quentes ? :confused: Dá ideia que parece um vulcão, nunca mais arrefece, tem uma fonte de calor constante.