Transição Energética em Portugal

Orion

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-> https://www.eia.gov/outlooks/ieo/pdf/0484(2017).pdf

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dahon

Nimbostratus
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1 Mar 2009
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As centrais referidas são extremamente poluentes, concordo com o seu encerramento. No entanto sublinho o que disse o @dahon, vai ser um grande desafio.

Algumas notas:
Não podemos também ficar muito dependentes das hidroeléctricas, nos anos de seca como este não temos água para as por a trabalhar.
Na energia eólica, as melhores zonas já estão cobertas de torres, poderá haver melhoria e substituição dos aerogeradores mais antigos por alguns mais eficientes e potentes, talvez valha a pena investir em eólicas off-shore.
A energia solar tem grande potencial de expansão, principalmente a nível doméstico, se cada casa/fábrica tivesse painéis solares haveria uma redução significativa do consumo de energia da rede.
Temos ainda a biomassa, penso que uma rede de pequenas centrais era um bom complemento energético, para além da redução do risco de incêndio.

Sempre soube que a comunicação não é o meu forte. :lmao: Por isso eu que eu fui para a engenharia.:D

@MSantos o que quis dizer é que para Portugal desactivar as duas centrais a carvão não é um desafio, isto porque já representa pouco da nossa produção anual.
Agora um Sistema eléctrico 100% renovável, esse sim por enquanto ainda é muito complicado de implementar.

Contudo neste momento já poderíamos desactivar pelo menos uma das centrais a carvão sem grandes problemas. Aqui o grande entrave será os preços da electricidade. Ao usarmos mais a centrais a gás o preço da electricidade vais subir. Mas isto era se fosse feito agora, até 2030 temos mais que tempo para preparar a sua desactivação(das centrais a carvão) sem influenciar o preço da electricidade.
 
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dahon

Nimbostratus
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Esqueça o off-shore em PT, do que aprendi a nossa costa é demasiado profunda para instalar eólicas. Se fosse como no mar do Norte a história era outra...
Criam-se alguns problemas se todos começarem a instalar PV em casas domésticas e injectar na rede. Como vai ser o controlo de tensão nas horas de maior injecção e quando as casas não estão a consumir? A rede de distribuição não está preparada para fluxos de potência bidireccionais.

Já foi feita uma experiência com uma eólica numa plataforma flutuante, o WindFloat que esteve ao largo da Costa do Litoral Norte. ;)
 

MSantos

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3 Out 2007
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Sempre soube que a comunicação não é o meu forte. :lmao: Por isso eu que eu fui para a engenharia.:D

@MSantos o que quis dizer é que para Portugal desactivar as duas centrais a carvão não é um desafio, isto porque já representa pouco da nossa produção anual.
Agora um Sistema eléctrico 100% renovável, esse sim por enquanto ainda é muito complicado de implementar.

Contudo neste momento já poderíamos desactivar pelo menos uma das centrais a carvão sem grandes problemas. Aqui o grande entrave será os preços da electricidade. Ao usarmos mais a centrais a gás o preço da electricidade vais subir. Mas isto era se fosse feito agora, até 2030 temos mais que tempo para preparar a sua desactivação(das centrais a carvão) sem influenciar o preço da electricidade.

A comunicação estava óptima, eu é que li mal o teu post! :D:o
(ou editaste-o entretanto?) :D
 

MSantos

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3 Out 2007
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Va dizer isso aos paises em desenvolvimento que sofrem diariamente com os problemas ambientais.

Países esses que querem ter luz em casa, de forma barata (do carvão)...

O problema não é assim tão simples, se fosse já amanha estariam resolvidos os problemas das emissões poluentes. A malta não polui por prazer, polui porque é o caminho mais fácil e barato de ter energia, mas obviamente que o paradigma tem que mudar. A mudança já está a ocorrer, infelizmente ainda de forma lenta, mas deve acelerar o ritmo nos próximos anos (a necessidade assim o exige).
 
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algarvio1980

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21 Mai 2007
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http://www.jornaleconomico.sapo.pt/...o-pagar-mais-36-milhoes-de-euros-a-edp-234433

Ainda, temos a energia barata toca a aumentar.

Se estão, à espera que a aposta em renováveis não vai encarecer ainda mais a energia é uma verdadeira falácia em Portugal. :rolleyes:

A energia solar ainda está cara, as empresas não investem sem apoios europeus, a população em geral não tem esse dinheiro para investir e ver só o seu retorno ao fim de 5 a 6 anos e nas melhores das hipóteses.

A maioria dos dimensionamentos para energia fotovoltaica que realizei para uma cadeia de hotéis e algumas fábricas de sal e pescas aqui no Algarve, quando apresentei o relatório pormenorizado quer a nível de produção, quer a nível de investimento, disseram-me quando existir apoios europeus a rondar os 90% do projecto, nós conversamos. :rolleyes:

Quanto, aos mais pequenos, 1 ou 2 painéis na maioria dos casos, mas não vai resolver em nada. Tinha alguns projectos agrícolas no Alentejo que foram já pelo cano abaixo com a seca, estavam interessados em investir mas com a seca, estão aplicar o dinheiro na alimentação dos animais.

Embora, a maioria queira vender o excedente à rede, mas com esta lei do autoconsumo quase não se aplica, vender para ganhar uns 5 cêntimos/Kw nem tanto, mais vale estar quieto.
 

AnDré

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O que se está a discutir é a eliminação das centrais de carvão. Em Portugal para acabar com a centrais a carvão não é preciso armazenamento. Dando o exemplo de um dia como hoje, com mais 1GW de Fotovoltaico instalado e podíamos retirar as centrais de carvão de serviço, tendo o backup das centrais a gás.
Além disso as centrais a carvão representam mais ou menos 9% da capacidade instalada em Portugal. A ponta máxima de consumo na grande maioria dos dias não chega a 50% da capacidade instalada.
Por isso neste momento não era nada de muito complicado retirar de funcionamento as centrais de carvão. O grande problema é o custo de produção, o carvão é extremamente barato já o gás natural(apesar de poluir 4x menos) é bem mais caro. Num dia como o de hoje com a capacidade instalada que temos, sem a centrais a carvão o preço da electricidade disparava.

Em relação à eficiência isso é uma falácia. O eficiência de uma central a carvão situa-se entre os 15-35%. Comparativamente a eficiência das turbinas eólicas situa-se entre os 30-45% e o fotovoltaico ronda os 20%. Contudo existem tecnologias no Fotovoltaico que se aproximam dos 30% mas cujo o custo por enquanto ainda é elevado.


@dahon, apesar das centrais a carvão representarem 9% da capacidade instalada em Portugal, o seu papel continua determinante na produção de energia. Por isso é que não as desligam.
Este ano, até ao final de Outubro as centrais a carvão produziram o equivalente a 27,7% da electricidade consumida. A eólica está nos 23,5%. E não está a ser um ano fraco em termos eólicos. (Índice eólico de 0,98).
Em 2016, e considerando o mesmo período de tempo - os primeiros 10 meses do ano, a produção hídrica foi excepcional: 1,59!! A eólica 1,04. Mas ainda assim as centrais a carvão produziram o equivalente a 22,8% da electricidade consumida. E como dizes, e bem, são tão somente 9% da capacidade instalada. A eólica representa 25% da capacidade instalada.

E isto acontece porquê? Porque as renováveis são energias intermitentes, e claro, porque o carvão é muito mais barato e está sempre a bombar. Ambiente? Poluição? O que é isso? Conta para reduzir o défice? Aumenta o nosso PIB? :p É mais ou menos isso que está no pensamento de quem governa.

Mas bom, isto para dizer que, se 5GW de eólica, têm estado a produzir menos (na globalidade) que as duas centrais a carvão, como é que com apenas 1GW de fotovoltaico, irias substituir o funcionamento dessas centrais? Nem com 3 ou 4GW...

A energia solar tem grande potencial de expansão, principalmente a nível doméstico, se cada casa/fábrica tivesse painéis solares haveria uma redução significativa do consumo de energia da rede.
Isto sim, é para mim o grande desafio tecnológico dos próximos anos! Já imaginaram todos os arredores dos centros urbanos (dormitórios) a produzir electricidade para o centro urbano? Neste momento as grandes centrais de produção renovável estão quase todas longe dos centros urbanos...
 
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Nimbostratus
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1 Mar 2009
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A comunicação estava óptima, eu é que li mal o teu post! :D:o
(ou editaste-o entretanto?) :D

Não, eu não editei. Aliás desde o inicio eu tentei dar a perceber que na minha opinião Portugal pode livrar-se muito facilmente das centrais a carvão. Mas houve quem percebesse que eu estava a dizer que era fácil passar para 100% renovável(o que não é). A partir de certo ponto pensei que me estava a expressar mal.:lol:


http://www.jornaleconomico.sapo.pt/...o-pagar-mais-36-milhoes-de-euros-a-edp-234433

Ainda, temos a energia barata toca a aumentar.

Se estão, à espera que a aposta em renováveis não vai encarecer ainda mais a energia é uma verdadeira falácia em Portugal. :rolleyes:

A energia solar ainda está cara, as empresas não investem sem apoios europeus, a população em geral não tem esse dinheiro para investir e ver só o seu retorno ao fim de 5 a 6 anos e nas melhores das hipóteses.

A maioria dos dimensionamentos para energia fotovoltaica que realizei para uma cadeia de hotéis e algumas fábricas de sal e pescas aqui no Algarve, quando apresentei o relatório pormenorizado quer a nível de produção, quer a nível de investimento, disseram-me quando existir apoios europeus a rondar os 90% do projecto, nós conversamos. :rolleyes:

Quanto, aos mais pequenos, 1 ou 2 painéis na maioria dos casos, mas não vai resolver em nada. Tinha alguns projectos agrícolas no Alentejo que foram já pelo cano abaixo com a seca, estavam interessados em investir mas com a seca, estão aplicar o dinheiro na alimentação dos animais.

Embora, a maioria queira vender o excedente à rede, mas com esta lei do autoconsumo quase não se aplica, vender para ganhar uns 5 cêntimos/Kw nem tanto, mais vale estar quieto.

Não confundir Produção com Distribuição. Quem faz os preço são os produtores a distribuição é um monopólio regulado e é paga para prestar esse serviço. E uma das formas para melhorar esse serviço(investir na rede) é com incentivos (prémios) se não ficava quietinha e só mantinha como está. Devido a essa confusão é que a ERSE vai obrigar a EDP Distribuição mudar de nome. Para que não se confunda com a EDP Produção e a EDP Comercial.

Quanto ao preço da electricidade concordo que é cara, mas isso vai mais além do preço das renováveis, o défice tarifário que ainda vamos andar a pagar até 2020, se não me engano, advém de muitas negociatas feita em prejuízo do consumidor. Isto tudo com a conivência dos governos.

Em relação ao solar(fotovoltaico), não sei os preços dos contratos que se tem feito ultimamente,li qualquer coisa que na India bateram records de valores mais baixos, mas lembro-me de ler que nos EUA, no ano passado já se fizeram contratos muito próximos das centrais a gás. Alem disso a previsão é que em 2021 a energia solar(fotovoltaico) seja mais barata que o carvão. Mas isto é em grande escala como é óbvio, os preço dos painéis para por nas casa e empresas em BT não se nota essa redução de preços tão facilmente.
 
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Nimbostratus
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1 Mar 2009
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@dahon, apesar das centrais a carvão representarem 9% da capacidade instalada em Portugal, o seu papel continua determinante na produção de energia. Por isso é que não as desligam.
Este ano, até ao final de Outubro as centrais a carvão produziram o equivalente a 27,7% da electricidade consumida. A eólica está nos 23,5%. E não está a ser um ano fraco em termos eólicos. (Índice eólico de 0,98).
Em 2016, e considerando o mesmo período de tempo - os primeiros 10 meses do ano, a produção hídrica foi excepcional: 1,59!! A eólica 1,04. Mas ainda assim as centrais a carvão produziram o equivalente a 22,8% da electricidade consumida. E como dizes, e bem, são tão somente 9% da capacidade instalada. A eólica representa 25% da capacidade instalada.

E isto acontece porquê? Porque as renováveis são energias intermitentes, e claro, porque o carvão é muito mais barato e está sempre a bombar. Ambiente? Poluição? O que é isso? Conta para reduzir o défice? Aumenta o nosso PIB? :p É mais ou menos isso que está no pensamento de quem governa.

Mas bom, isto para dizer que, se 5GW de eólica, têm estado a produzir menos (na globalidade) que as duas centrais a carvão, como é que com apenas 1GW de fotovoltaico, irias substituir o funcionamento dessas centrais? Nem com 3 ou 4GW...

Compreendo perfeitamente e sei a importância que tem tido as centrais a carvão, principalmente na situação excepcional que nos encontramos. Mas por isso é que eu falei nas de Gás. Se forem reparando nunca se atinge o máximo da capacidade instala das centrais de gás. Eu sei que convém deixar uma margem para resposta, já que as centrais a gás tem um tempo de resposta curto. Mas mesmo num dia como o de hoje em que praticamente não houve vento e a produção hídrica foi só para responder ao dois picos de consumo. As centrais a gás no máximo chegaram aos 80% da capacidade instalada e estávamos a exportar para Espanha. Basicamente o que eu quero dizer é, quando necessário usemos mais gás do que carvão ou só gás caso seja possível. Claro isto com os seus custos associados.

Eu estou a fazer disto um exercício de redução de poluição o máximo possível, ou seja usar o mínimo possível de carvão. Basicamente tentar perceber que passos tomar para acabar com a centrais a carvão em Portugal.

Quanto ao fotovoltaico é óbvio que sozinho não substitui o carvão na sua totalidade mas em condições favoráveis como as de hoje durante um certo período do dia com mais, vá, 1,5 GW instalados conseguirias suprir a necessidade das centrais de carvão. Falo em 1,5 GW porque nós já temos instalados 460MW e sendo que o total da capacidade das centrais de carvão é 1,76 GW. Como diz o outro é fazer as contas.:D



Isto sim, é para mim o grande desafio tecnológico dos próximos anos! Já imaginaram todos os arredores dos centros urbanos (dormitórios) a produzir electricidade para o centro urbano? Neste momento as grandes centrais de produção renovável estão quase todas longe dos centros urbanos...

Sem dúvida que é um grande desafio tecnológico, mas eu diria também financeiro. Pois teremos que proceder a uma remodelação profunda da rede de distribuição. Principalmente no que diz respeito a inteligência, protecções e armazenamento.
 
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guisilva5000

Super Célula
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16 Set 2014
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Belas
Acho que se apostarem na eólica no mar vai ser um grande puxão para as renováveis, principalmente no Verão graças à nortada, em conjunto com a fotovoltaica, poderia colmatar o défice da hídrica em período de seca. Por outro lado, em período de chuva, podia corrigir a ineficiência da fotovoltaica, graças à nebulosidade.

Contudo, colocar aqueles monstros a flutuar no mar deve custar quase a dívida de Portugal lol

O nosso país tem tudo para ganhar avanço quanto a energia renovável, principalmente quanto ao vento e ao sol. A hídrica é um grande pilar da nossa energia atualmente, mas com as frequentes secas que vão ocorrer no futuro, vai ser cada vez menos relevante.
 
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slbgdt

Nimbostratus
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31 Jan 2015
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Barcelos
Pode se investir muito na eólica e solar mas a única forma de armazenar energia são as hídricas com a bombagem ou as centrais a combustíveis fósseis.
Melhor que uma qualquer centra a gás com ciclo combinado seria mesmo uma central nuclear.
E o futuro passará pela fusão nuclear logo que se consiga controlar a mesma.
Mas o nuclear é assunto tabu, apesar de ser uma energia limpa, devido a um erro humano em Chernobyl e a um sismo e a um tsunami excecionais.
A título de exemplo roubado da Wikipédia.
" (por exemplo, a fusão de poucos cm³ de deutério, um isótopo de hidrogênio, produziria uma energia equivalente àquela produzida pela queima de 20 toneladas de carvão)."
 

dahon

Nimbostratus
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1 Mar 2009
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Viseu(530m)
Pode se investir muito na eólica e solar mas a única forma de armazenar energia são as hídricas com a bombagem ou as centrais a combustíveis fósseis.
Melhor que uma qualquer centra a gás com ciclo combinado seria mesmo uma central nuclear.
E o futuro passará pela fusão nuclear logo que se consiga controlar a mesma.
Mas o nuclear é assunto tabu, apesar de ser uma energia limpa, devido a um erro humano em Chernobyl e a um sismo e a um tsunami excecionais.
A título de exemplo roubado da Wikipédia.
" (por exemplo, a fusão de poucos cm³ de deutério, um isótopo de hidrogênio, produziria uma energia equivalente àquela produzida pela queima de 20 toneladas de carvão)."

Eu sei que isto é um tema algo controverso. Mas não posso concordar em chamar "energia limpa" à energia produzida por uma central nuclear de fissão. Chamar limpo a um método que produz lixo radioactivo, o qual é armazenado de forma temporária há mais de 70 anos, pois até hoje ainda não se sabe o que fazer com ele. Não consigo concordar.
 
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