Não me esqueco desse dia, 8 de Janeiro de 1996.
Estava em Colares, perto de Sinta e frequentava o 11º Ano. Tinha tido uma aula das 11h30 às 12h20 onde a professora nos de oportunidade de sairmos um pouco depois das 12 horas. Essa manhã tinha sido nublada mas não tinha chovido.
Pouco depois das 12 horas, quando me preparava para pegar na minha acelera e fazer os 2 Km que distavam da escola até casa, começou a chover. Pensando que seria uma chuva breve (como tinha acontecido nos dias anteriores) aguardei um pouco porque não me fazia acompanhar da necessária protecção para não me molhar.
Rapidamente uma chuva fraca vai gradualmente aumentando de intensidade até que subitamente começa uma chuva copiosa que dura aproximadamente 1 hora. Chovia como se não houvesse amanhã. As linhas de água aumentavam a olhos vistos e os primeiros rios começavam a aparecer em sítios nunca vistos. As estradas tornaram-se rios e claro, a minha escola inundou quase todos os pavilhoes e algumas salas (era um pré-fabricado que na altura tinha quase 20 anos)
Certa altura e dado que a chuva copiosa não abrandava, decidi pegar na mota e ir para casa. Só vos digo que tive a minha maior molha que alguma vez senti. A estrada estava cheia de lixo, rios de água e de terra. A cada passagem por um desses rios, sentia um brusco abrandar de velocidade. Quando chegei a casa, parou de chover.
Nesse dia, o rio da Várzea (que nasce na Serra de Sintra e desagua na Praia das Maçãs) alagou a zona da Várzea de Colares, desde a Bomba de Gasolina até à Adega Regional de Colares, a zona agrícola entre a Praia Grande e a Praia das Maças e uma zona de terrenos de uma grande quinta em Galamares, bem junto à estrada nacional. Lembro-me também de ver notícias da Calçada de Carriche e de algumas zonas de Lisboa inundadas pelo súbito descarregar de chuva.
Nesse mesmo dia morreu François Mitterrand, o antigo presidente da França (a minha mnemónica para esta data)
O
link com a imagem de satélite daquela hora